segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Relacionamentos virtuais

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Não nego a realidade dos relacionamentos internáuticos. (Gostei do neologismo!). Estes relacionamentos poderiam se enquadrar no que eu chamaria de relacionamentos “virtuais”, no sentido de imateriais. Já existiam antes da Internet, diga-se de passagem.

Quem já não ouviu falar de pessoas, em séculos passados, que se correspondiam durante décadas. E como não havia telefone (e menos ainda skype), elas não tinham a menor chance de se conhecerem fisicamente. Fizeram até um filme sobre isto “Nunca te vi, sempre te amei” com Anthony Hopkins e Anne Bancroft. (Recomendo, o filme é realmente muito bom).

Até a simples leitura de um livro, às vezes, daria até para ser enquadrada como um relacionamento espiritual, quando o leitor consegue, de certa forma, comungar com a intimidade do pensamento do autor.

Mas, é preciso tomar um certo cuidado e não se deixar levar por um romantismo exagerado e não ser pego pelas ciladas do que se poderia chamar de amor virtual.

Algumas pessoas expressam que tem “amor pela humanidade”. A humanidade, enquanto conceito de coletividade humana, não é um Ser em si mesma. Não é uma pessoa, não tem alma no sentido comum da palavra, não tem pensamento, não tem sentimento, etc.

O que estas pessoas podem eventualmente estar indicando é que são incapazes de amar outras pessoas, em carne e osso, e numa tentativa de sublimar esta carência, se convencem que “amam” a humanidade. Vários autores indicaram esta síndrome, como Osho, por exemplo, mas não é o único.

Amar é querer bem, oferecer carinho e consolo, dedicação. Como dar estas coisas a uma entidade imaterial, indefinida, que não tem rosto nem voz, que não tem consciência e não reage a nossa existência.

O que podemos ter é respeito pela Humanidade do nosso próximo, ou seja aceitar sua qualidade intrínsica de Ser Humano e manifestar o reconhecimento de que é um irmão em espírito.

Que comunga de anseios, carências, limitações e às vezes, é capaz de revelar atos brutais e criar guerras bestiais ... mas é também capaz de ações sublimes e realizar obras admiráveis de arte e tarefas sociais hercúleas e impressionantes.

Coisas da terceira idade ...

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Nestes últimos 30 dias, fomos surpreendidos pelo falecimento de dois bons e achegados amigos e mais duas primas, estas um pouco distantes ...

Peço compreensão pela minha ausência.

Já vou retomar e vou responder a todo mundo.
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