sexta-feira, 11 de abril de 2008

Se escrevesse ...



Se escrevesse hoje minha auto-biografia ....

Não lembro dos termos exatos da citação no começo de uma auto-biografia de Eric Hobsbawm, que diz qualquer coisa assim (traduzida nos meus termos) :


Depois de uma certa fase, nossa vida deixa de estar tão relacionada aos fatos e eventos (que nos acontecem cada vez menos e já não têm tanta importância)

e sim, passa a se compor das coisas que pensamos e sentimos (que nos acontecem cada vez mais e que passam a ocupar um espaço predominante.)


Isto reflete o que percebo que acontece comigo com uma intensidade cada dia maior. E se fosse escrever minha auto-biografia hoje, ela mostraria exatamente isto ... .

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Considerações - 5

No estado de vigília, temos uma consciência da existência e da passagem do Tempo.

O Tempo é um grande Mistério. Ninguém, no fundo, sabe o que é. Alguns religiosos dizem que ele, de fato, não existe : é apenas uma sensação nossa! Alguns psicólogos, hoje, acompanham esta tese ou defendem que não é o Tempo que passa, somos nós. Assim, como um trem na paisagem. A paisagem-"tempo" é fixa, quem passa é o trem-"nós".

Mas, admitamos, por um instante, que possamos acreditar em nossas percepções e que o Tempo exista.

Neste estado de coisas, o nosso raciocínio, que definitivamente não é instantâneo, transcorre no tempo. Assim, como algo que é finito, limitado e lento como o nosso raciocínio, pode entender algo que é infinito ou eterno? Levaria uma eternidade (seja lá o que isto for) e nossa inteligência não é eterna. É claro que não estou me referindo a entender os conceitos de infinidade ou eternidade, mas entender a "natureza" de algo que seja infinito ou eterno.

Se Deus existe, se é Infinito e Eterno - como nós, reles e limitadíssimos humanos, podemos nos dar ao luxo de acreditar que podemos entender a Natureza de Deus? (Em um paralelo muito pobre, como poderia uma formiga, por exemplo, entender as preocupações e ambições estéticas do homem?)

Para se aquilatar as limitações da inteligência, porque é disto que estamos falando, não é somente o raciocínio que devemos considerar. O que dizer então da nossa memória? Impressionante em alguns aspectos mas assim mesmo muito pequena, frágil e facilmente perdida! A verdade é que esquecemos muito mais do que lembramos!! Porque vocês acham que inventaram os blocos de anotações, agendas, livros, fotos, vídeos, etc. ...?

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terça-feira, 1 de abril de 2008

Considerações - 4


Falando justamente da confiabilidade de nossos sentidos e de nossas percepções, será que alguém percebeu qual o erro de percepção da imagem acima?

Pode até ser imaginado mas é muito difícil de "ver" diretamente e só pode ser percebido com alguma ajuda! (Dou a dica a quem pedir!)

É muito mais fácil se iludir do que parece a primeira vista.

Imaginem, então, quando se tratar não apenas de uma simples imagem em branco e preto, mas de conceitos humanos e sociais, envolvendo inúmeras variáveis!