No estado de vigília, temos uma consciência da existência e da passagem do Tempo.
O Tempo é um grande Mistério. Ninguém, no fundo, sabe o que é. Alguns religiosos dizem que ele, de fato, não existe : é apenas uma sensação nossa! Alguns psicólogos, hoje, acompanham esta tese ou defendem que não é o Tempo que passa, somos nós. Assim, como um trem na paisagem. A paisagem-"tempo" é fixa, quem passa é o trem-"nós".
Mas, admitamos, por um instante, que possamos acreditar em nossas percepções e que o Tempo exista.
Neste estado de coisas, o nosso raciocínio, que definitivamente não é instantâneo, transcorre no tempo. Assim, como algo que é finito, limitado e lento como o nosso raciocínio, pode entender algo que é infinito ou eterno? Levaria uma eternidade (seja lá o que isto for) e nossa inteligência não é eterna. É claro que não estou me referindo a entender os conceitos de infinidade ou eternidade, mas entender a "natureza" de algo que seja infinito ou eterno.
Se Deus existe, se é Infinito e Eterno - como nós, reles e limitadíssimos humanos, podemos nos dar ao luxo de acreditar que podemos entender a Natureza de Deus? (
Em um paralelo muito pobre, como poderia uma formiga, por exemplo, entender as preocupações e ambições estéticas do homem?)
Para se aquilatar as limitações da inteligência, porque é disto que estamos falando, não é somente o raciocínio que devemos considerar. O que dizer então da nossa memória? Impressionante em alguns aspectos mas assim mesmo muito pequena, frágil e facilmente perdida! A verdade é que esquecemos muito mais do que lembramos!! Porque vocês acham que inventaram os blocos de anotações, agendas, livros, fotos, vídeos, etc. ...?
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