quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Uma cantora de qualidade



Esbarrei, sem querer, em um video de Laura Fygi e fiquei surpreso com a qualidade desta cantora. Recomendo ouvirem no YouTube.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

La vie en rose


"il me dit des mots d´amour ...
et ça me fait quelque chose"
 
 
 
Palavras de amor. A maioria gosta. Como na música.
 
Mas o amor, de fato, não precisa de palavras.
 
A verdade é que o silêncio - e tambem a ausência e a distância que acarretam silêncio - não apagam o amor.
 
Pois que o amor precisa de sentimento e atitude.
 
Não de palavras.

Relatividade do tempo



Recentemente, participei de um pequeno simposio em que se discutiram aspectos filosóficos a respeito do Tempo. Se de fato existe como tal ou é apenas um produto de nossa mente.

Uma das coisas que ressaltou também, é a relatividade de sua percepção.

Por exemplo, como é possível (ou melhor, porquê), em 4 anos, sentir-se envelhecer de 40 anos?

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Como é bom ser acolhido



Atribuem ao papa Francisco :

"Como é bom ser acolhido com amor, generosidade e alegria"

Eu diria mais : como é bom ser acolhido com carinho. Com amizade. Com inteligência. Com elegância.

Enfim, como é bom ser, (porque não?), apenas e simplesmente acolhido. 

Com o coração aberto e com a mente desprevenida.

E tambem, não nos esqueçamos :

Como é bom acolher.

Abraçar o outro, enriquecer com sua Presença, participar um pouco de sua Vida e de seu Amor.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Não passe pelo oasis sem parar para beber

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De Otto Gross
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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Depressão ...

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"A culpa é das estrelas" de John Green.


"A depressão {aparece como} um dos efeitos colaterais {da doença} só que , na verdade ela não é um efeito colateral da {doença}. A DEPRESSÃO É UM EFEITO COLATERAL DE SE ESTAR MORRENDO."


Ou se se quiser expandir a coisa, um efeito colateral de estar ficando velho (que não deixa de se estar aproximando da morte). 


Um livro interessante e bem escrito. Sobre dois adolescentes em fase terminal de câncer. Um verdadeiro estudo tanatológico, sem ser macabro ou tétrico. Os adolescentes, no livro, parecem bem mais maduros que sua idade cronológica.


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O poder das mãos ....

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La femme sage - pg. 117
Christian Jacq


C´est ta main qui doit apprendre ... car elle seule possède la liberté de la création


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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Não se preocupe, nada vai dar certo



.... Título de filme na TV


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Interessante postura.

Se aplica a política e ao amor!?
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terça-feira, 23 de julho de 2013

Onde você está?


Romance de Marc Lévy - pg. 187
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Não existe pior solidão do que se sente estando a dois

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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Colhidos ao longo do caminho ....

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"Mar de Histórias (9)


Fugimos do silêncio, da paz (e) da solidão de que somos indignos (pg 33)

A descoberta foi fruto do acaso como sucede com todas as coisas importantes deste mundo.

Perguntou (finalmente) quando julgou que tinham tido entre si bastante silêncio

Homens de altas qualidades morais raramente chegam (a proeminência social) (pg 97)

É fácil, em verdade, a gente querer ser isto ou aquilo; mas trata-se de saber se podemos ser como desejamos (pg 131)

Não creio que tenha sido maltratada; simplesmente não era tratada de modo nenhum (pg 201)

Não é terrível pensar que deve haver no mundo criaturas que desejam imensamente amar e ser amadas, e que, no entanto, ninguém sequer pode tolerar? (pg 202)

A ignorância é condição necessária da felicidade humana (pg 146)
















domingo, 7 de julho de 2013

Coincidências de leitura

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Costumo quase sempre ler, alternando, dois livros ao mesmo tempo.



Desta vez, "A Culpa é das Estrelas" (John Green) e "A Cidade do Sol" (Khaled Hosseini).


O protagonista principal em cada livro, Gus Waters no primeiro, Tariq no segundo, é um homem atraente (paixão da protagonista feminina ....) que tem uma característica incomum. Ambos perderam uma das pernas, um por câncer, outro pela explosão de uma mina.


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terça-feira, 25 de junho de 2013

Osho e a oclocracia

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Post de 2007, bastante oportuno, nos dias de hoje, recuperado de outro blog, 



Osho é sempre instigante. Nem sempre dá para aceitar suas teorias ou concordar com ele mas ele sempre fornece material para reflexão.

Em um dos seus livros, ele discorre sobre política.

Osho não gosta muito de política .... Ele diz que a maioria dos políticos ainda permanece ao nível instintivo. 

E a este nível, "a política não passa de 'a força é o certo' {ou seja} : a lei da selva". "{O político instintivo} não acredita em nada a não ser em ser vitorioso. Sejam quais forem os meios para ser vitorioso, ele usará". 

E termina o capítulo, dizendo "O que existe hoje como democracia, não é democracia : é oclocracia ...". Para quem não sabe, como eu também não sabia, oclocracia é o domínio da ralé.

O domínio da ralé e de seus "valores". A valoração da falta de cultura, da falta de instrução e da falta de preparo, o pedestal para o enriquecimento pessoal, não importando os meios para alcançá-lo.

Os valores esdrúxulos, a impunidade do crime "necessário" e da mentira deslavada, e do "me engana que eu gosto", a preponderância da bravata, a predominância do oportunismo sobre o planejamento, a supremacia da bajulação e da demagogia sobre o pensamento correto, etc ... 


A História é um repositório impressionante de quantas vezes isto já aconteceu. E vai se repetindo em tudo quanto é lugar neste mundo. 

Existe mesmo uma faceta da cultura, profundamente arraigada na humanidade, que prefere ignorar, frequentemente aceita ... e as vezes, até aplaude, tacitamente, a corrupção. É chocante!!! Como dizia um colega de universidade, ficar rico trabalhando, qualquer um consegue ... quero ver ficar rico sem trabalhar!!


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Prefácio impressionante ...

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Peguei um livro de uma escritora - que eu não conhecia - e que é considerada uma das maiores escritoras em língua portuguesa. Do prefácio, preparado por um professor de teoria literária, destaco esta preciosidade de nonsense :

"De um lado, {o tema} aparece como uma sobredeterminação das desrazões dos negócios imediatos e predatórios em relação ao tempo distinto da literatura ..."

Alguém pode me explicar o que isto pode eventualmente significar?


quinta-feira, 20 de junho de 2013

J´ai plus de souvenirs



Recuperado de outro blog. Postagem de 2007


Beaudelaire é que dizia :"J´ai plus de souvenirs que si j´avais mil ans."! 

Em toda honestidade, sinto um pouco de inveja das pessoas que têm uma facilidade de rememorar coisas de seu passado, e são capazes de tirar de seu baú de lembranças, detalhes que me deixam atônito. Eu, as vezes, sinto como se tenha tido uma vida quase vazia. As memórias, elas não me voltam ... é como se minha vida fosse feita muito mais de esquecimentos do que de recordações!

Sim, sim, é claro, eu sei as datas e os grandes fatos de minha vida. Mas me faltam as imagens e os sentimentos atrelados a estes fatos. Tenho fotos, sim, mas é quase como assistir a um filme, sobrando aquela sensação de "exterior" por assim dizer, não algo que brota de meu íntimo.

Me incomoda um pouco, para dizer a verdade, mas não demais. Amo a vida ... e se minha vida não tem uma grande soma de passado, que fazer? Continuar feliz sem passado, não é?

Tenho impressões difusas, mas nem por isto, menos vivazes. Por exemplo, tinha um amor todo especial pelo meu Colégio, no Egito (Collège Saint Marc). E dele, guardo a lembrança do grande respeito que eu tinha por um professor, Frère Lucien, do qual não consigo reviver nenhum traço, mas do qual recordo ser homem inteligente, íntegro e exigente que nos ensinou uma filosofia de vida impecável que me marcou até hoje e que, em tudo, nos estimulava a nos realizarmos enquanto seres humanos.

Tentei começar a escrever minha autobiografia (como um exercício psicológico) .... apenas para descobrir que era impossível alinhavar as minhas memórias. 

Neste sentido, eu sei pouca coisa a meu próprio respeito. Podem ser os primórdios do Alzheimer {risos!}, mas lembro de tão poucas coisas específicas a respeito de minha vida. 

Da minha infância no Egito. Tem alguns registros escolares, algumas fotos, os relatos da minha mãe (hoje falecida). Mas isto não vale, isto não é memória original própria. Sobram realmente pouquíssimas imagens, algumas sem muito importância, alguns trechos de paredes de uma casa, uma praia, um pesadelo de doença infantil, a vista da janela de uma sala de aula que dava para o mar, a lembrança de alguns amigos mas hoje sem rosto e até sem nome, coisas assim. 

A viagem de navio para o Brasil, os primeiros anos no Brasil praticamente apagados. Cenas esparsas, algum ou outro amigo ou colega de trabalho ou de faculdade. Dos primeiros anos de casamento sobrou aquela sensação de muito trabalho e do estudo noturno, e da estafa permanente e o invariável estresse para equilibrar o orçamento. 

Meus filhos nasceram em 1966 e 1968, anos conturbados da nossa mocidade .... mas estranhamente não consigo ligar as duas séries de coisas, a minha vida pessoal e os distúbios políticos, como se tivessem acontecido em planetas ou séculos separados. 

Lembro bem de meu primeiro apartamento .... mas a casa que comprei em seguida e na qual moramos 4 anos, sumiu completamente. Passando na frente dela, ela é uma perfeita estranha, que não toca nenhuma campainha! 

Viagens fiz, de que não lembro nada e olhando a foto, só posso ficar perplexo de eu estar posando na frente de um monumento ou coisa assim. 

Sim, lembro de coisas, como carros, de algumas viagens, de alguns poucos episódios, de alguns amigos específicos .... mas muito, muito mesmo, simplesmente desapareceu ... é como se nunca tivesse acontecido. Mas certas coisas, banais mas poderosas, voltam .... como por exemplo, o cheirinho gostoso da madeira entalhando no pirogravo.

Hoje, a rigor, minha biografia, consistiria das coisas que penso ou sinto, muito mais do que os eventos que aconteceram comigo. Não que considero minha vida extremamente banal, tenho afortunadamente uma boa vida, mas minha vida "interna" parece tomar uma grande precedência sobre o dia-a-dia, as viagens, as festas, os eventos ... 

Um evento que me marcou e que me retorna claramente ... quando era moço (fim da adolescência), escrevia bastante, havia pelo menos um caderno cheio que, um dia, num arroubo de revolta contra a vida que exigia de mim eficiência e dedicação às banalidades necessárias à sobrevivência, joguei fora. Junto com meus desenhos e pinturas que ninguém parecia apreciar, meus discos que ninguém entendia, meus livros que falavam de coisas que "não tinham rendimento econômico imediato", etc ... 

Junto com este jogar fora, apaguei também as memórias daquela época e por mais que faça esforço, muito pouco volta. Foi bom por um lado, acabei me direcionando para o estudo universitário, uma carreira na indústria, um casamento sensato ... e como conseqüência, hoje tenho uma vida cômoda. 

Mas joguei fora muito de minha espontaneidade, meu eu legítimo e natural, e me enquadrei em um "papel" necessário numa vida, racional, eficiente, mas talvez não totalmente marcante para se lembrar. 

Felizmente que, em minha aposentadoria, consegui ressuscitar parte deste "adolescente" constrangido e hoje, faço escultura, leio sobre psicologia e religião, e escrevo. Nada que renda dinheiro mas que me faz me sentir gente. E feliz.

terça-feira, 11 de junho de 2013

O Inominável



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Nunca tinha lido nada de Samuel Beckett. Aí, peguei o livro dele, que estava no estande de sugestões da biblioteca.

Primeira surpresa : embora ele fosse irlandês, o livro foi escrito em francês. Como uma série de outros livros dele.

O título em francês, L´inominable, eu traduziria como O Inomeável, que pode não ser correto mas é mais palatável e mais fácil de ser entendido.

Aí, comecei a minha leitura. Tentei!!! O livro é algo extremamente sui-generis. 

É apenas um único parágrafo de 200 pgs. Nenhuma frase tem qualquer espécie de conexão lógica com a próxima. Não tem enredo, não tem personagem, não tem nada que possa prender o leitor numa sequência de qualquer espécie. O próprio autor diz tratar-se de aporias. Parto do pressuposto que vocês não sabem o que é isto : fui ver no dicionário para descobrir que é  dificuldade lógica ou dúvida retórica. Sic.

Desisti depois de verificar que o padrão se repetia ad-nauseam pelo livro inteiro.

Mas o livro foi sucesso na ocasião (1949) e foi considerado por alguns críticos como uma obra prima da literatura absurda. 

Literatura, não é. Obra prima, menos ainda. Absurda, sim, em dose maciça e cavalar.

O livro deveria se chamar O Ignominiável (infame) que frequentemente vejo grafado como ignominável.

Devo tentar ler Esperando Godot, que foi outro sucesso dele? Alguém leu?

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Casamento e Amor



Citando Joseph Campbell em O Poder do Mito


"Casamento não é um caso de amor. Um caso de amor é algo inteiramente diferente. O casamento é um compromisso com aquilo que você é.  Aquela pessoa {com quem você está casado} é literalmente a sua outra metade. Você e o outro são um só. Um caso de amor não é nada disso, é um relacionamento que visa ao prazer, e, quando deixa de proporcionar prazer, está acabado. Mas o casamento é um compromisso para a vida, e um compromisso para a vida significa a preocupação primordial. Quando o casamento não é uma preocupação primordial, você não está {de fato} casado."
                                        
Ou seja, casamento não é para dar prazer, mas para dar preocupação!!! Ou melhor, um monte de preocupações {sic}

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sexta-feira, 31 de maio de 2013

A segunda tentação ...



Apud Joseph Campbell - O Poder do Mito

Jesus é levado ao topo da montanha, de onde avista as nações do mundo, e o diabo lhe diz :"Tudo isto isto lhe darei, se, prostrado, me adorares"

Sabemos que Jesus não cedeu à tentação.

Mas certamente, houve outros homens que cederam. 
E continuam cedendo. Afinal de contas, existe um custo para "ser um político bem-sucedido", citando Joseph Campbell.

Muita gente confunde quais sejam sejam os objetivos da política. Certamente, não é a devoção à causa pública. Ou às promessas e plataformas de campanhas. 

Pois, a meta da política é a busca e a conservação do poder! 
Leiam, por exemplo, Maquiavel e Bakunin.

Muita gente estranha que os políticos tenham atitudes, aparentemente, não muito éticas ou morais ... ou seja os acusam de não ser honestos.

Mas são, sim. São fieis (ou seja "honestos") à sua causa básica de busca e conservação do poder. 

Há quem diga que isto é um exagero e que há, sim, alguns políticos de envergadura moral. 

Nisto, sou realmente cético e um tanto descrente  : acredito que existem alguns políticos mais tarimbados e experimentados que procuram e sabem disfarçar melhor. Justamente, para não prejudicar sua posição de poder.








sexta-feira, 24 de maio de 2013

A maioria



Sempre tive, por mim, que quanto mais um conceito é aceito por um grande número de pessoas, maiores as chances de se tratar de algo falso ou errado.

Sempre fui criticado por meus amigos sobre isto ... alguns me qualificando até de arrogante {sic}

Joseph Campbell parece concordar comigo quando diz :

"Em idéias, é claro, a maioria está sempre errada" 

Até mais radical do que eu ... mas ele pode!

Sobre a essência interior da Arte


Diz Joseph Campbell em O Poder do Mito, se referindo as obras maravilhosas deixadas por nossos antepassados nas cavernas ...


E quanto (à) beleza, seria ela intencional? Ou é alguma coisa como a expressão natural de um belo espírito? A beleza do canto do pássaro é intencional?... Ou é a expressão do pássaro, a beleza do espírito do pássaro? ... Estas questões me ocorrem com frequência a propósito da arte primitiva. Em que medida a intenção do artista ó que chamaríamos de "estética" ou expressiva? E em que medida a arte é algo que eles simplesmente {intuíram} fazer daquela maneira?

Quando uma aranha tece uma bela tela, a beleza provém da natureza da aranha. É beleza instintiva. Quanto da beleza das nossas próprias vidas {não} diz respeito à beleza de estar vivo? Quanto disto é consciente e intencional?

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O fato é quando esculpo, esculpo com minhas mãos, não com minha cabeça!!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Futebol e patriotismo




Algo que me chamou a atenção como diferencial entre o futebol e outros esportes é que, em encontros importantes, tocam-se os hinos nacionais antes do jogo. Como se fosse um evento cívico. O que nunca vi acontecer com outros esportes como vôlei ou tênis.

Não conseguia atinar com uma razão lógica para isto.

Nasci em um país e uma época (Egito, 1940) em que o futebol simplesmente lá era praticamente desconhecido e não era praticado. Não conseguiu, portanto, marcar minha infância pois só vim a conhecer o futebol em 1957, quando a família se mudou para o Brasil.

Tem coisas do futebol que me ficaram enigmáticas por longo tempo. Por exemplo, porque se torce por um certo time. Perguntei isto a várias pessoas que não conseguiram lançar alguma luz suficiente sobre o assunto. Mas um amigo me respondeu :  “Se eu tiver que explicar isto para você, você não vai entender”.

Fiquei meio perplexo, mas surpreendentemente atingiu o ponto. E cheguei a algumas conclusões.

As pessoas não torcem por alguma razão lógica. Sempre há um fator emocional ou melhor sócio-emocional : outras pessoas da família ou os amigos da escola torcem (ou torcem contra!!), o time é do bairro ou de cidadezinha de nascença, coisas do tipo. É são fatores muitos fortes, muito fáceis de aquilatar em termos sociais.

Daí é fácil  transpor mais um passo e entender porque, com esta intensa carga sócio-emocional, é considerado como um dever social (e patriótico!) torcer por um time nacional em um campeonato mundial.

Certamente, sendo bastante objetivo, o futebol não reúne qualificações suficientes para ser considerado intrinsecamente como um fator significativo de serviço à  Pátria. Como seriam atividades sociais ou políticas. 

Mas, sim, o futebol funciona como um agente agregador e estimulador da consciência da nacionalidade. E é por isto, que se aproveitam estas ocasiões de grandes certames, para tocar o hino nacional.


Saudação



O Deus que está em mim 
reconhece 
o Deus que está em você.

Segundo Joseph Campbell, uma saudação hindu

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Homem e Sociedade



O homem não devia estar a serviço da sociedade, esta sim é que deveria estar a serviço do homem. Quando o homem está a serviço da sociedade, você tem um Estado monstruoso {pelo menos, arbitrariamente despótico}, e é exatamente isso que ameaça o mundo ....

Joseph Campbell em O Poder do Mito, pg. 8

Este é um ponto de vista um tanto incomum e inesperado. Deve escandalizar os socialistas, comunistas, etc. Mas a verdade é que a maioria das nações, socialistas ou não, também, tem em alta conta a virtude e a prática do patriotismo, que no fundo, convenhamos, conduz a condições idênticas.

O patriotismo, sabemos, é altamente incentivado e valorizado. Na educação e também na religião que apoia o conceito de forma incondicional. E não resta dúvida que o é, por motivos pragmáticos em função do serviço à causa da sociedade. Inclusive, é associado à ideia que o indivíduo deve até se sacrificar em prol da sociedade.

Ligado a isto, está um fato pouco conhecido, de que certas linhas esotéricas ou místicas, tem um definido repúdio pelo conceito de patriotismo (a partir de um ponto de vista um pouco diverso). Isto porque pátrias ou nações significam divisões,  separações ou desagregamentos, do que deveria ser a grande Fraternidade Universal da Humanidade. 

Convenhamos que é fato que as guerras ocorrem entre nações : se não existissem nações, argumentam, não haveriam guerras {sic}!!! Pouco provável, em meu entender. Conflitos ocorrem em todos os agrupamentos humanos, inclusive em casos, como casamentos, teoricamente construídos a partir de amor em comum.




Estar vivo ...



Dizem que o que todos procuramos é um sentido da vida. Não penso que seja assim. Penso que o que estamos procurando é uma experiência de estar vivos, de modo que nossas experiências de vida, (inclusive) no plano puramente físico, tenham ressonância no interior de nosso ser e de nossa realidade mais íntimos, de modo que realmente sintamos o enlevo (da vida).

Joseph Campbell, em O Poder do Mito, pg.5

Realidade ...



Constantin Brancusi, respondendo aos críticos que denominavam sua arte de abstrata.

... ce qu´ils qualifient d´abstrait est ce qu´il y a de plus réaliste : ce qui est réel, n´est pas l´apparence, 
mais l´idée, l´essence des choses.

Isto está em consonância com Joseph Campbell quando diz :

Um dos nossos problemas, hoje em dia, é que não estamos familiarizados com a (leitura) do espírito. Estamos interessados nas notícias do dia e nos problemas do momento. Antigamente, (a) universidade era uma espécie de área hermeticamente fechada, onde as notícias do dia não se chocavam com a atenção que você dedicava à vida interior"

Portanto, como uma pessoa pode se considerar bem informada porque lê três jornais por dia e assiste os telejornais da manhã e da tarde? A informação realmente importante não está lá!




domingo, 12 de maio de 2013

A alternativa



- Qual a sensação de estar com setenta anos? perguntaram a Maurice Chevalier

- Não é tão ruim, se a gente considerar a alternativa.

Apud Os Catadores de Conchas pg 15

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Forma do coração



Todo mundo sabe que o coração humano é um órgão relativamente informe e muito pouco estético.

Então, donde provem o lindo formato simbólico tão amplamente divulgado?

Por mim, é sugerido por duas mãos
 oferecendo algo.
Em um ato de amor.

Como demonstra a foto

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Se bem que existe outra versão do Mário Quintana.

Sua bundinha
Deixou na areia
A forma exata
De um coração

terça-feira, 30 de abril de 2013

Mário Quintana



Acabei de reler "Da preguiça como método de trabalho". Coletânea de crônicas.

Mário Quintana é um homem muito inteligente, perspicaz e espirituoso. Dono de um espírito satírico penetrante. O título relembra o título do  livro de Domenico de Rasi "O ócio criativo", embora este tenha enfoque socialista que não tem nada a ver com o "Da Preguiça".

Excertos

pg 40 = A preguiça é a mãe do progresso.

pg 45 = Idades só há duas : ou se está vivo ou se está morto.

pg. 46 = Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?

pg. 49 = A morte não melhora ninguém.

pg. 49 = (A) segunda-feira está parecidíssima com Robert Mitchum : está com cara sonolenta e oca.

pg. 81 + O bom das segundas-feiras, do primeiro do cada mês e do Primeiro do Ano, é que nos dão a ilusão de que a vida se renova.

pg. 55 = Diálogo : dois monólogos intercalados

pg. 89 = Os que estão fazendo amor, não estão apenas fazendo amor : estão dando corda ao relógio do mundo.

pg. 95 = A leitura é um remédio para a solidão.

pq. 101 = É uma cidadezinha tão decadente que o cemitério é maior que a cidade.

pg. 108 = O ataque de uma borboleta agrada mais do que todos os beijos de um cavalo.

pg. 114 = A eternidade é um relógio sem ponteiros.

pg. 129 = Linha curva : o caminho mais agradável entre dois pontos. Linha reta : linha sem imaginação. (Oscar Niemeyer = O que me atrai é a curva livre e sensual. ... que encontro na mulher preferida, nas nuvens do céu, nas ondas do mar ...)

pg. 131 = Intruso : o indivíduo que chega exatamente na hora em que não devia.

pg. 140 = O céu é dos sábios; o mundo dos sabidos.

pg. 193 = O pior dos nossos retratos é que vão ficando cada vez mais jovens.

pg. 229  = - Mas afinal, porque nunca pensaste em casamento?
                 - Prefiro a solidão propriamente dita.

pg. 247 = Se passam rápidos os anos, podem ser longos os dias, as horas, os minutos.
             = Como um vinho, a vida não deve ser bebida de um trago; senão a gente logo se embriaga e perde o precioso sabor de cada gole.

pg. 256 = Todo mundo tem marés e vazantes.

pg. 269 = Temos todas as nossas idades ao mesmo tempo. (Lya Luft escreveu algo muito parecido, mas não consigo localizar)

pg. 271 = Há criaturas, com quem não precisamos ter convívio quotidiano, mas que, mesmo à distância, nos faz um grande bem sabermos que estão vivas, respirando conosco, para não nos sentirmos sós, para não desesperarmos deste mundo

            

As palavras não expressam tudo ...



Em um documentário da TV "Que teus olhos sejam atendidos"

quinta-feira, 18 de abril de 2013

PONTE DE OUTONO


De autoria de Takashi Matsuoka.

Escrito em inglês, por um japonês, criado no Havaí.

Livro interessante e um tanto enigmático. Surpreendentemente, o livro até deixa transparecer preconceitos sobre a cultura japonesa que seriam mais típicas de um autor norte-americano.

A história se passa ao longo de 500 anos, com transito de um grande número de personagens - e até de fantasmas, figuras importantes na história - que ficam se esbarrando em diversas épocas. E embora existe uma trama central, ela fica esparramada em vários pedaços e vários tempos, os episódios se intercalando de forma até um tanto desordenada, o que requer uma leitura atenciosa.



quarta-feira, 17 de abril de 2013

Ressentimento ...

Adoro frases bem feitas, especialmente se referem um pensamento de sabedoria

Guardar ressentimento, é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra

Malachy McCourt