sábado, 15 de dezembro de 2007

Carta Natalina aos meus Amigos



Acho os Cartões de Festas de Final de Ano uma tradição muito bem estabelecida e bem educada mas também muito impessoal e recheada de chavões.
Aos meus Amigos, prefiro uma carta pessoal .

O que lhes desejo para 2008?
Para 2008 e para todos os outros anos que seguirem, é claro!


PROSPERIDADE.

Não necessariamente apenas dinheiro. A falta de dinheiro não é boa, é profundamente humilhante e desumana : que o digam os que moram debaixo das pontes e nas favelas. Por isto, como não quero ver meus Amigos nesta situação, desejo-lhes dinheiro suficiente para tocarem decentemente sua vida. Mas desejar somente dinheiro (que é algo muito prático – mas profundamente artificial), não conduz a nada de mais em termos de realização humana.

O que lhes desejo é que procurem sinceramente em seus Corações o que é importante para cada um de vocês e para os que lhes estão próximos. E que encontrem em si mesmos a Fé, a Vontade e a Força para conseguí-lo e fazê-lo acontecer.

É este tipo de Prosperidade que lhes desejo. Assim como lhes desejo o tipo de Felicidade que a acompanha naturalmente.

Dos meus Amigos, eu desejo e preciso um bom Pensamento para me ajudar na minha busca e um Abraço carinhoso.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Os Natais de Antanho


Os Natais de minha infância, no Egito, eram bem diferentes dos que vejo hoje.

Fui criado na religião católica, uma condição de uma minoria, em um pais majoritariamente muçulmano. Havia outros credos cristãos entre os estrangeiros radicados mas por serem também minorias, havia uma intensidade mais acentuada na conservação dos nossos rituais e na preservação de nossa identidade.

Lembro da Missa a que ninguém faltava, das visitas que a gente fazia aos familiares, do presépio e da árvore de cuja montagem as crianças participavam ativamente, ouvindo as estórias sobre o Nascimento do Menino Jesus, a visita dos Reis Magos, a Fuga da Santa Família e todas estas coisas que iluminavam minha imaginação de criança.
E do presente – único - que cada criança ganhava e que por isto era aguardando com uma enorme expectativa e esperança!

Todos estes rituais, o presépio, a missa ... mantinham uma certa aura de sagrado que considero fundamentais.

O consumismo de hoje, o excesso de propaganda banalizou muito do Natal .... que se tornou apenas mais uma oportunidade de nos fazer gastar dinheiro!

Hoje, o Natal perdeu uma enorme parcela de sua "religiosidade" no processo.

Há quem diga que Jesus nasceu 6 anos antes, no final de Setembro, que a Igreja mudou a data, por conveniência política, para combater as festividades do solstício (saturnálias), etc ... Sabemos que certas tradições, como da Árvore, em realidade nada mais são que um prolongamento (ou adoção) de tradições pagãs, como também a figura de Santa Claus ou a troca de presentes.

Mas não foi isto, em particular, que ajudou a perder a sacralização da data .... foi realmente o comércio o maior golpe.

Substituímos a Reinado do Menino Jesus pelo reinado de Maimon, o Deus-Econômico! O Espírito não tem mais lugar neste nosso mundo, onde o único deus é o deus do dinheiro, do lucro e da posse.

Os templos modernos são os shopping centers. E Jesus seria certamente preso se tentasse – como certamente, tentaria - debandar os mercadores dos "t"emplos, não é verdade?

Nossos filhos e nossos netos têm um incalculável quantidade de brinquedos, não sabem nada da data a não ser que é uma ocasião de festas, comilanças e de um monte de presentes. O que ganharam em quantidade e sofisticação, não substitui a magia e o encanto que havia nos Natais de antanho.

Quanto ao significado espiritual do Evento, se já não era muito divulgado na época, certamente desapareceu quase por completo hoje em dia.