quinta-feira, 31 de julho de 2008

Amar é uma decisão?

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Recebi um e_mail hoje, destes de spam, que discorre sobre o ato de amar. Alias, o assunto predileto deste tipo de spam.

Este pequena palavrinha de 4 letras deve ser a palavra que mais significados tem na face desta Terra .... e que causa mais confusão na mente das pessoas.

Mas, sim, concordo com o autor : Amar é uma decisão, não um sentimento. É um ato volitivo, não um ato do coração. Como prossegue o autor, é dedicação, entrega.

O que o autor esquece é que, como em tudo que é socialmente correto, o risco de perder-se a espontaneidade é muito grande. Quando se chega ao ponto de se Amar por dever ou por injunão moral ou religiosa, a pessoa "amada" vai saber disto muito rapidamente ... e é uma sensação, no mínimo, bastante amarga.

Isto me lembra de um filme onde a mulher de um pastor se queixa ao marido, querendo a separação :

"Não quero que você só me ame ou cuide de mim e dos nossos filhos, como você tem realmente feito. Eu quero que você GOSTE de mim!"
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sábado, 26 de julho de 2008

Filósofo

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Sempre me fascinou a figura do filósofo. Solitário e incompreendido, perdido nos meandros de seus pensamentos e alheio à vida comum que o cerca, para não dizer totalmente inadequado para a vida do dia-a-dia. Sublime por um lado, profundamente inábil de outro : quem lhe deu este direito de ser um parasita social e ainda se achar superior? Bom, talvez o próprio filósofo não se ache superior mas certamente se comporta como tal. Ele não é entendido, seus melhores (necessariamente poucos) amigos mal conseguem conversar com ele!

O que um filósofo faz? O que ele produz? Ninguém sabe ao certo. Nem ele provavelmente.

Ele não é um cientista, não tem especialização prática nenhuma. Como ele passa seu tempo especulando, ele não perde seu tempo com a necessidade de provar o que ele diz! Mas o diz e diz o que quer sobre tudo, o que não deve agradar aos homens de ciência e de tecnologia que ralam anos em pesquisa e experiências.

Não é tampouco um religioso, alias normalmente os religiosos o odeiam, por ele representar uma independência que os incomoda, discutindo tudo quanto é artigo de fé, não se importando com revelações e fazendo pouco caso dos dogmas e mandos eclesiásticos!

Talvez seja um pouco artista, no sentido que ele vive tentando captar a natureza das coisas, mas diferentemente do artista, ele não produz nenhuma obra concreta de arte, apenas livros de leitura insossa, que são lidos apenas por outros filósofos (que nunca concordam com as suas posturas) e que certamente, os leigos - e os literatos também - nunca se atreveriam a chamar de literatura!

Para que serve um filósofo, então? Qual a sua utilidade, no âmbito socio-econômico de hoje em dia? As ciências empurraram os limites do conhecimento em áreas em que os filósofos, no passado (até justificadamente!) se arvoravam donos da sabedoria. Tal como na psicologia, para dar apenas um exemplo marcante.

Por que estudar filosofia? Por que ensinar filosofia? Por que ser um filósofo hoje? Especialmente, quando sabemos que os políticos são donos da verdade e tem os meios para impó-la!

Tenho uma profunda simpatia pela dor visceral de uma mãe quando ela se dá conta que seu filho tem vocação para ser filósofo!!

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Futilidades ...

Cada qual com as suas ...

Há quem torça por um time de futebol (e não encontrei ninguém que pudesse me explicar o porquê de sua escolha)

Há quem coleciona selos

Há quem passa noites insones estudando posições de xadrez

Há quem não perde um capítulo de novela

Há quem devore 3 ou 4 livros por semana

Há para todos os gostos .... portanto :

Tenho o direito a ter as minhas!!!

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Espaços ...

Esta postura é a Vrikshasana, muito praticada pelos indios americanos no topo das montanhas, onde permanecem por dias seguidos em meditação.

Esta imagem me traz a lembrança de ter estado, algumas vezes em minha vida, em pontos culminantes de uma paisagem, onde, invariavelmente, a primeira sensação que se apossa de mim é o senso do ESPAÇO. É como se o ESPAÇO fosse fluido e pudesse permear meu corpo e minha mente. De repente, é como fosse nosso corpo e nosssa mente. É como se a gente pudesse aspirá-lo e incorporá-lo a nosso SER.

E sentir a sua natureza, diretamente sem raciocinar ou questionar. Sem nenhum mistério. Sem sequer se preocupar com o que é. Apenas estar lá, estar nele e ele em nós.