terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O futuro pertence a Deus ...

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Nos últimos anos a Psicologia tem se afastado das teorias behavoristas (que considera o homem como uma máquina que reage a estímulos externos e praticamente nega a consciência) para uma Psicologia Humanista, que reconhece a vida interna do Homem, a Consciência e os valores espirituais, religiosos, etc ... Destes eu li Maslow, Jung e Assagioli.

Aconselho muito "Psicossintese" e "O Ato Volitivo" de Roberto Assagioli.

A Psicologia Humanista não nega a existência do ego, cuja função, contudo, circunscreve à coordenação com o mundo exterior e a manutenção da consciência da identidade individual.

Mas o ego não é o elemento máximo do Ser Humano.

Acima e bem mais profundo, existe algo que Jung chama de Selbst, (Self, em inglês; Si-Mesmo, em português) (*). Esta é uma camada do Ser que administra todas as outras funções psiquico-mentais e da qual não temos praticamente nenhuma consciência.

É a sede onde funcionam nossos Instintos e onde operam os Arquétipos (ambos sendo de uma certa forma, os "padrões" que geram e organizam nosso mundo mental, assim como uma programação de computador) e o Inconsciente Coletivo, que nos liga com o surgimento espiritual e a Criação da Humanidade. É a parte da nossa Mente que é mais próxima de Deus, tanto é que algumas linhas místico-religiosas, chamam isto de Chispa Divina.

É a este nível que funciona a Vontade, que é a função suprema do Universo. Deus é essencialmente Vontade. A Criação é a Manifestação de Sua Vontade.

Deus nos deu a Vontade e neste sentido, somos da mesma essência de Deus. O Auto-Arbítrio é a mais importante qualidade que nos foi legada. Todo vez que manifestamos nossa vontade, e obramos para realizá-la, partilhamos de uma função divina em nós.

O futuro pertence a Deus, àquela parte que Deus plantou em nós à sua Semelhança.
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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Nenhum vento lhe será favorável.

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Se o homem não sabe a que porto se dirige,
nenhum vento lhe será favorável.
(Sêneca).
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Assisti a um programa de televisão. alguns anos atras, e o apresentador perguntava a crianças pequenas "o que gostaria de ser quando crescer?"
Me impressionou um garoto de uns 5-6 anos, que respondeu de sopetão e com grande convicção :
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"Eu vou ser médico"
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Não eu gostaria de ser médico, nem eu quero ser médico, mas ... eu VOU ser médico.
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Muita gente faz uma confusão danada com as funções mentais. Chamam de "inteligência" ao conjunto de funções psíquicas. Existem uma variedade de funções no chamado estado comum de vigília (ou seja estar acordado).
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Uma delas, a mais consciente, é o pensamento ou raciocínio, o que, a rigor, os psicólogos definem estritamente como inteligência
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A segunda delas, num nível de consciêntização menor, é o sentimento, a emocionalidade.
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São funções distintas, não propriamente antagônicas, mas funcionam de forma diferente e são obviamente ligadas. Vocês já viram alguém conseguir pensar direito sob forte emoção?
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O pensamento é lento e o raciocínio transcorre no tempo. As emoções, ao contrário, nos ligam ao mundo exterior de forma quase instantanea e praticamente simultanea as nossas percepções. (Já perceberam porque homens e mulheres são as vezes tão diferentes?)
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Sabemos imediatamente se gostamos ou não de alguma coisa ou pessoa. Em compensação, sempre vamos precisar de algum tempo para saber se alguma coisa faz lógica!!
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Existem funções borderline como a intuição que não chega a ser pensamento e tambem não é um sentimento, mas uma mescla dos dois.
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E existe uma terceira função muito importante, mas que é tão integrada, tão embutida em nossa natureza que mal conseguimos nos destacar dela - e observá-la --- a tal ponto que a grande maioria não consegue se dar conta de sua existência nem reconhecê-la como uma realidade separada.
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Esta função é a Vontade. Não o desejo ou ânsia de ter ou fazer alguma coisa, mas a postura de auto-determinação e de afirmação como Ser.
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Assim como ter um Objetivo de Vida, não destes que a gente escreve após o Natal, mas aquilo que está encravado em nossas entranhas, no mais íntimo de nosso Ser, a nossa Missão neste Terra.
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Aquilo que os psicólogos chamam de Ato Volitivo. Aquilo que aquele menino em toda sua candura manifestou tão claramente quando disse "Eu vou ser médico".
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O que você vai ser dentro de 5 ou 10 anos? E não pense que esta é uma pergunta fácil de responder!
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sábado, 14 de fevereiro de 2009

O Reino de Mammon ...

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Minha maneira de fazer compra é decidir se eu preciso de algo, vou direto na loja ou lojas que tem o artigo, pago e vou embora ... e nem olho dos lados {risos}.

Realmente, não gosto de fazer compras e sobretudo, não tenho a menor apreciação em "fazer as vitrines".

{O dicionário diz vitrinA, que, assim como raquetA, omeletA,
acho umas formas muito malsonantes!}

Sou considerado meio esquisito, por isto. Eu sei que isto me distancia um pouco de alguns amigos. Lamento, de fato, que outros possam me julgar quase como anti-sociável por esta idiossincrasia. Antigamente, me incomodava um pouco. Mas hoje, com mais idade, e talvez um pouco de sabedoria, me orgulho deste traço de diferenciação.

Certamente, não sou oneomano(*). E o que observo hoje em dia, com o consumismo desenfreado e altamente estimulado, é que muitas pessoas já passaram do estágio da oneomania e se encontram no estágio da oneolatria, se posso usar este neologismo de minha autoria.

Uma nova forma de religião, na qual comprar é um ato que causa uma certa êxtase, que merece ser venerado e como todo ato religioso é quase um ato sagrado.

E é por isto que alguns provavelmente se ofendem quando afirmo que não gosto de fazer compras ... o que deve lhes soar quase como uma heresia.

O Reino de Mammon está novamente entre nós. Ou talvez nunca nos tenha abandonado!

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{*} oneomania, segundo o Aurelio, é o desejo mórbido, impulsivo, de fazer compras

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

As Igrejas dos Homens ...

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As igrejas são instituições criadas pelos homens. Os dogmas e cânones eclesiásticos foram criados pelos homens das igrejas.

A maioria das igrejas alega, politicamente, que os seus dogmas são revelações divinas e constuituem a Palavra de Deus. Fazem isto, claramente, para lhes atribuir valor e obter obediência e submissão.

Vou usar um exemplo : os dez mandamentos. (Que na realidade não são dez(*))

Um dos mandamentos diz : "não cobiçarás a mulher do próximo".

Ou seja, a mulher poderia cobiçar o homem da vizinha? Obviamente que não. Os apedrejamentos de mulheres adúlteras provam que não ...

O que esta redação demonstra, contudo, é que quem escreveu estas regras não era um Deus Eterno, Justo e Oniciente ... mas homens de uma certa época, condicionados por uma mentalidade altamente sexista, dentro de uma praxe social onde o papel da mulher era totalmente secundário, a ponto de ser esquecida/excluída dos mandamentos. Que eram destinados aos seres realmente importantes na sociedade (ou sejam os machos da espécie!)

Não nego o valor dos 10 Mandamentos como regulador de convivência social. É um documento muito sábio, mas foi escrito pelos homens.

Muitos outros dogmas eclesiásticos, do cristianismo e de outras religiões, tem seu fundamento não na Palavra Divina, mas em convenientes considerações políticas, quando não economicas.

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(*) vide wikipédia

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Volta à piscina ....

Depois de muito tempo, resolvi voltar a nadar um pouco.

Para melhorar a minha respiração que anda meio fraca, depois da pneumonia. E exercitar minhas juntas que se queixam da gota e da artrose.

A primeira sensação foi de eu estar "à beira de uma voragem, prestes a me engolfar". Ou seja, falando português claro, fiquei de repente com medo de mergulhar ... {risos}

Mas entrei, é claro, e não demorei muito, meu corpo lembrou de tudo que precisava ser feito. Especialmente de relaxar. E senti aquela sensação maravilhosa de se sentir flutuar, a coisa mais próxima de voar, que é dada ao ser humano por seus próprios meios.

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Depois de 3 dias, o fôlego ainda não voltou, continuo um pouco arfante, mas já não estou cansando tanto. E a água já está "lavando" as dores das juntas que tanto me têem deprimido.
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Muito trovão é sinal de pouca chuva ...

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Muito trovão
Lourenço (nome fictício, é claro) é um destes caras super simpáticos, agradabilíssimo, risonho e bem humorado. Sempre tem uma piada pronta, um causo interessante, uns papos leves e distrativos. Invariavelmente cercado de amigos, ou numa mesa de bar, ou numa festa, ou em qualquer lugar que ele se encontre.
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Sinal de pouca chuva
Se atentarmos um pouco abaixo da superfície, nunca tem nada de significativo a acrescentar : para muitos, é maravilhoso ... pois não os obriga a pensar.

Visivelmente tambem, não gosta de ficar sozinho. Para muitos, é que ele gosta e precisa dos outros. ... pode ser tambem que os outros lhes sejam uma platéia necessária e que ele não consiga ficar sozinho, feliz consigo mesmo.
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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

As Ilhas do Fim do Mundo.

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Acabo de voltar de um cruzeiro à Patagonia. Sai de Buenos Aires e termina em Valparaiso, cidade-porto que serve Santiago do Chile.

Muitíssimo interessante, algo totalmente fora de nossa rotina do dia-a-dia.

Em resumo, passa por Montevideo, Puerto Madryn (com acento tônico no "Ma"), Falkland (ou Malvinas), Ushuaia, Punta Arenas, Puerto Chacabuco, Puerto Montt. Dou mais detalhes em seguida, se bem que alguns destes locais são tão pequenos que, a rigor, não dá para se adicionar muitos detalhes.

O navio passa pelo Cabo Horn, pelo Canal Beagle, pelo Estreito de Magalhães e pelos fiordes chilenos.

Pegamos bastante calor em Buenos Aires, Montevideo e Santiago. Em todos os outros lugares, frio varável, - mais frio ou menos frio - mas frio, sim, de "pleno" verão. Imagino como deve ser no inverno!!! Mesmo sendo verão, não pode deixar de levar bons agasalhos

Frequentemente, o frio fica bem mais sensível devido aos ventos fortes em alguns trechos da viagem. Trechos estes, vocês adivinharam, com mar agitado. Tudo isto faz parte para conhecer uma parte do mundo realmente pouquíssima conhecida, pelo menos para mim.

Quem tiver estômago "fraco", não vai poder dispensar, nestes trechos, as pilulas anti-enjôo distribuidas no navio (ou Dramin, se preferir levar na bagagem). Eu não precisei, dormi que nem nenem com o balanço do navio! Mas muita gente teve que recorrer as pilulas. E nem jantou!!!

Mas não é a viagem toda que tem mar agitado, só uns dois dias do itinerário total de 14 dias.
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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Sobre a Grande Tristeza ...

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Pois é. O poema é, de fato, meu. Ou seja fui eu que o escrevi ... não copiei de ninguém nem fiz qualquer espécie de re-leitura.

Mas isto não quer dizer que sou eu no poema. Não totalmente, pelo menos.

O texto é de 2005. Tinha acabado de sair de uma crise de gota. Doloridas, até certo ponto incapacitantes e sob fortes antiinflamatórios, estas crises acabam me deixando um tanto deprimido. A maioria das pessoas tem estes altos e baixos mas estas crises realmente me afetam.

(A maioria dos adultos são condicionados a não dar vazão a estes altos-e-baixos, mas ao contrário, mostrar um exterior imperturbado, sempre bem humorado e não revelar aos outros um aspecto "bipolar" que é considerado uma enorme fraqueza de caráter.)

Aí, eu escreví sobre como seria - e como se sentiria - alguém realmente depressivo. Exacerbei meus sentimentos, dando-lhes uma feição um tanto melodramática ... e se o texto saiu depressivo, então consegui meu intuito.

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P.S. Acabo de sair de outra crise de gota .... e me lembrei do poema. Resolvi ressuscitar.
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