quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo

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A sinopse do filme dizia : uma jovem mulher descobre ser vítima de uma doença fatal. Diante do pouco tempo que ela dispõe, ela decide fazer umas mudanças e tornar seu tempo restante de vida satisfatório.

Pois bem, nem todos somos vítimas de doença fatal, mas certamente havemos de reconhecer que, com boa saúde ou não, todos nós iremos partir irrevogavelmente. Não sabemos exatamente quando, mas tambem devemos admitir que qualquer que seja o tempo que nos resta é um tempo pequeno. E fica menor a cada ano que passa.

Porque então não fazemos como a jovem mulher do filme, e tomamos as decisões e nos engajamos com as ações que permitirão tornar significativo e valioso o que nos resta de existência terrena.

E o que desejo a todos nós.
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sábado, 26 de dezembro de 2009

Are you happy?

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Dizem que o homem verdadeiramente inteligente é aquele que consegue formular uma pergunta pertinente e desafiadora.
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Pois achei esta pergunta particularmente inteligente.
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Tentem responder!! Eu tentei e ... só fiquei remoendo
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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O tempo existe ?

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Entre os filósofos, existem dois pontos de vista bastante distintos.

1. Um enfoque (chamado de realista) considera o tempo como uma parte da estrutura fundamental do universo, uma dimensão em que os eventos ocorrem em sequencia.

2. O enfoque oposto é aquele que diz que o tempo não se refere a nenhum fenômeno natural que serve de suporte aos eventos e ao movimento dos objetos. Ao contrário, o tempo é parte estrutural do intelecto humano por meio da qual os humanos percebem e interpretam o movimento e o seqüenciamento de eventos, não sendo o tempo uma coisa em si, que não pode a rigor ser medida e nem ser transitada. (As religiões orientais sempre adotaram esta crença).

Minha cabeça aceita a possibilidade desta segunda versão, de que o tempo - e o espaço - são "propriedades de nossa consciência e não atributos do mundo físico". Gente de peso como Immanuel Kant e Carl Jung esposaram esta opinião. Minha cabeça até aceita que do mesmo modo que a água toma forma do jarro, "as impressões de (nossos) sentidos se adaptam à nossas formas de sensibilidade".

Contudo, fomos educados e longamente condicionados a ver o tempo "passar".... e fica difícil superar as barreiras do dia-a-dia para começar a acreditar que o tempo não existe!

Mas devemos considerar que Deus e o Uni-verso são feitos de outro estofo de que a nossa limitada mente.

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Oração ...

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Eu não sei orar . Rezar ou seja lá o que possam chamar.

De criança, é claro, como todo mundo, eu fazia minhas orações. Mas eram litanias vazias, eu apenas recitava palavras sem sentimento.

Oração tem que ser sem palavras. Feita do silêncio, no silêncio. Uma postura que provem do fundo da alma.

Isto não quer dizer que sei fazer isto tampouco ....

O mais próximo que cheguei deste tipo de oração, é quando esculpo. Quando calo minha cabeça e deixo minhas mãos descobrirem sozinhas o caminho das formas.
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Hier encore ...

Hier encore
j´avais vingt ans
je gaspillais mon temps
en croyant de le retenir
Charles Aznavour


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Porque 30 minutos no trânsito demoram tanto ....



e 30 anos passam tão depressa?



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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Silêncio - Três textos

O primeiro texto é de uma poetisa (Heloisa Helena)

Não é a escuridão que me abisma.
Por ele, sou vencida, mesmo em vida.
Tenho medo é do silêncio.

Não daquele que vem das ruas,
das noites, dos pássaros.

Meu horror é o silêncio das almas
que apesar de vivas, não mais sabem,
nem se lembram
do que é cantar

O segundo texto, em forma de poema, extraído do livro "Voz do Silêncio" é do Huberto Rohden, um grande filósofo e místico brasileiro, muito pouco conhecido hoje :

Quando os sentidos falam, a mente se cala.
Quando a mente fala, a alma se cala.
Somente em total silêncio verbal e mental, pode a alma falar.

E esse falar é profundo silêncio
- como o nascer do sol
- como a luz das estrelas
- como o perfum das flores
- como o amor do espírito
- como os vastos desertos
como o cume das montanhas

O colóquio da alma com Deus e o solilóquio da alma consigo mesma é a Voz do Silêncio.
Esse silêncio é plenitude.
Esse silêncio é presença.
Esse silêncio é Verdade.

A Verdade não pode ser pensada.
A Verdade não pode ser falada.
A Verdade só pode ser calada.

Quanda a Verdade invade o homem, torna-se ele silêncio dinânico como a alma do Universo, cujo profundo Ser transbordar em vasto Agir.

E esse silencioso Ser, que parece ausência e vacuidade, é Infinita presença e transbordante plenitude.

O homem que ouviu a Voz do Silêncio é tão feliz que nenhum ruido externo o pode tornar infeliz.

Finalmente, um texto meu, já de alguns anos, e, que apesar da parecença com o primeiro parágrafo do Huberto Rohden, garanto que só vim a conhecer umas duas semanas atrás :

Se não fizer Silêncio em seus lábios, seus ouvidos não poderão ouvir.

Se não fizer Silêncio em seus pensamentos, sua Mente não poderá entender.

Se não fizer Silêncio em seus desejos, seu Coração não poderá amar.

Se não fizer Silêncio em seus afazeres, seu Espirito não poderá trabalhar em você.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A sedução é vermelha ...

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É fato que as mulheres gostam de se sentir seduzidas.

Conforme um artigo da Wikipédia : “Em sociologia, sedução é o processo deliberado de induzir uma pessoa a se engajar em uma atividade sexual”.

Reconheço que é uma conotação bastante restrita e negativa. Mas, nos anos 60, era esta a conotação que se dava à coisa. As nossas leis refletem isto. Os ensinamentos religiosos e familiares que recebíamos refletiam isto.

Até uma autora do peso da Carmem da Silva diz em um de seus artigos da época : “{as mulheres} encontram na intensidade do cerco uma desculpa para fugir à responsabilidade de seus atos: elas queriam resistir mas não puderam, a pressão foi forte demais.”

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Se bem que ela rapidamente complementa : “ Mas isso é fantasia, pois a mulher tem vontade própria e só cede quando quer.” Assim mesmo, a desculpa de se ter sido seduzida deve ter aplacado a consciência de muita mocinha sobre seus “maus comportamentos”.

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Hoje, as coisas mudaram e creio ser difícil encontrar jovens que venham alegar que tenham sido seduzidas, no sentido exposto acima. Mas continuam gostando de homens românticos e cativantes ... “que dão atenção, que ouvem e acham importante o que a mulher diz, que olham em seus olhos quando ela fala, que trazem flores ...”

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Segundo um estudo ... quando os homens são questionados sobre o que acham que atrai as mulheres, eles costumem mencionar : aparência, dinheiro e poder.

Estas coisas definitivamente ajudam, mas o mesmo estudo revela que as mulheres são mais perceptivas e dão mais valor à personalidade e à linguagem corporal do que simplesmente à boa aparência.

A segunda coisa que as mulheres mais admiram é o status social do homem, sua importância na sociedade em que vive, seu poder e riqueza, sua fama, etc ...

Varia muito de indivíduo para indivíduo, mas é fundamental que seja um status legítimo e não algo ensaiado para impressionar pois é totalmente contra-producente contar vantagens!

Este estudo parece apresentar conclusões fidedignas.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Relacionamentos virtuais

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Não nego a realidade dos relacionamentos internáuticos. (Gostei do neologismo!). Estes relacionamentos poderiam se enquadrar no que eu chamaria de relacionamentos “virtuais”, no sentido de imateriais. Já existiam antes da Internet, diga-se de passagem.

Quem já não ouviu falar de pessoas, em séculos passados, que se correspondiam durante décadas. E como não havia telefone (e menos ainda skype), elas não tinham a menor chance de se conhecerem fisicamente. Fizeram até um filme sobre isto “Nunca te vi, sempre te amei” com Anthony Hopkins e Anne Bancroft. (Recomendo, o filme é realmente muito bom).

Até a simples leitura de um livro, às vezes, daria até para ser enquadrada como um relacionamento espiritual, quando o leitor consegue, de certa forma, comungar com a intimidade do pensamento do autor.

Mas, é preciso tomar um certo cuidado e não se deixar levar por um romantismo exagerado e não ser pego pelas ciladas do que se poderia chamar de amor virtual.

Algumas pessoas expressam que tem “amor pela humanidade”. A humanidade, enquanto conceito de coletividade humana, não é um Ser em si mesma. Não é uma pessoa, não tem alma no sentido comum da palavra, não tem pensamento, não tem sentimento, etc.

O que estas pessoas podem eventualmente estar indicando é que são incapazes de amar outras pessoas, em carne e osso, e numa tentativa de sublimar esta carência, se convencem que “amam” a humanidade. Vários autores indicaram esta síndrome, como Osho, por exemplo, mas não é o único.

Amar é querer bem, oferecer carinho e consolo, dedicação. Como dar estas coisas a uma entidade imaterial, indefinida, que não tem rosto nem voz, que não tem consciência e não reage a nossa existência.

O que podemos ter é respeito pela Humanidade do nosso próximo, ou seja aceitar sua qualidade intrínsica de Ser Humano e manifestar o reconhecimento de que é um irmão em espírito.

Que comunga de anseios, carências, limitações e às vezes, é capaz de revelar atos brutais e criar guerras bestiais ... mas é também capaz de ações sublimes e realizar obras admiráveis de arte e tarefas sociais hercúleas e impressionantes.

Coisas da terceira idade ...

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Nestes últimos 30 dias, fomos surpreendidos pelo falecimento de dois bons e achegados amigos e mais duas primas, estas um pouco distantes ...

Peço compreensão pela minha ausência.

Já vou retomar e vou responder a todo mundo.
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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Atração e Relacionamento

Lanço um desafio às minhas amigas : adoraria conhecer o enfoque feminino.
E estaria dispoto a incorporá-lo em um post a quatro mãos.

Quando a gente conhece uma pessoa, é o aporte dos sentidos que funciona em primeiro lugar, o visual, o auditivo, até eventualmente o toque. O resto vem mais tarde.

Ou seja, pondo em miúdos, a atração física é sempre o que vem em primeiro lugar. Não que seja o mais importante, vejam lá, mas é o que chega na frente. É algo bem primário, instintivo.

Como estamos a falar de uma condição homem-mulher, podemos chamar a atração, neste contexto, de atração “sexual”. Nada a ver com atividades sexuais, apenas me refiro a atratividade natural entre os sexos.

Evidentemente, concordo plenamente que atração é algo muito relativo, varia muito de pessoa para pessoa. Contudo, existem instintos básicos que funcionam com muita força nesta área. Não se trata de beleza física cujos padrões têm mudado enormemente conforme a época, lugar ou classe social.

Trata-se de algo bastante mais primário e fundamental, enraizado lá nos fundos de nossa estrutura arquetípica, que trazemos dos primórdios da humanidade e que eram necessários para nossa sobrevivência.

O “ideal” de mulher para nossos antepassados era a boa parideira, a espécime que tinha uma estrutura física apropriada para gerar filhos fortes e saudáveis --- e que se caracterizava por uma caixa pélvica de bom tamanho, manifestada por ancas grandes, e uma capacidade de amamentação adequada, caracterizada por seios profusos.

Até hoje, conservamos estes instintos. E estes indícios de boa parideira acabaram historicamente, se incorporando aos nossos padrões de beleza feminina e inevitavelmente, atraem os olhares masculinos. Homens mais elegantes, mais educados, civilizados enfim, podem não se virar à passagem de uma moça cheia de curvas --- mas vão notar, sim! Está no sangue!

(Não vou falar do “ideal” de homem porque nenhuma mulher conseguiu até hoje me explicar o que é! Portanto, vou me limitar ao enfoque masculino, sem nenhuma intenção sexista.)

Outra vez, não é uma questão de beleza física, mesmo porque o protótipo da boa parideira não é necessariamente um ideal sublime de beleza. Quando manifestado com acinte, pode até ser meio grotesco, quando não patentemente vulgar.

Mas que atrai os olhares dos homens, isto atrai. Mesmo porque o motor básico da atração no homem é a visão.

No fundo, as mulheres sabem disto. Tanto é verdade, que usam isto no modo como elas se vestem, com um decote discretamente revelador, uma saia no limite, um vestido que sugere as formas em vez de ensacá-las, etc. ... As mulheres podem dizer que não fazem intencionalmente, que seguem a moda, etc. --- mas quando uma mulher quer seduzir um homem, é assim que ela se veste.

É claro que não pode abusar do recurso sem correr o risco de ser qualificada de profissional.

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Dito isto, vou esclarecer algo que considero muito importante: não se procura ou começa um relacionamento baseado exclusivamente nesta atração primária.

O que vale para um relacionamento é compreensão, carinho, atenção, maturidade, experiência, cultura, etc. Estas são as coisas fundamentais para um relacionamento humano digno e fecundo.

Mas estas coisas, convenhamos, são qualidades "invisíveis" nos primeiros contatos ou pelo menos, facilmente disfarçáveis. Somente são possíveis de se descobrir após um certo convívio.

Mas para que haja um mínimo de convívio, é essencial que tenha havido de início um mínimo de atração que leve as pessoas a se aproximarem.

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Existe indiscutivelmente um charme significativo na manifestação da inteligência feminina.

A inteligência feminina é diferente da inteligência masculina, ela é bem menos analítica, mas ganha em abrangência. Alguém já viu algum homem ser capaz de fazer (ou pensar) duas coisas ao mesmo tempo? Mas a mulher consegue. Como ela faz isto, não faço a menor idéia, mas ela faz!

A mulher também utiliza em muito maior grau a intuição, para chegar ao âmago e à verdade das coisas. Convenhamos que ela nem sempre é capaz, por raciocínio, explicar como chegou lá mas nem por isto, tem menos convicção ou honestidade em sua crença.

Esta forma de pensar pode ser comovente para alguns homens (entre os quais me incluo) e extremamente irritante para alguns outros, racionalistas empedernidos.

Outra faceta que cativa os homens é a capacidade da mulher de oferecer carinho e atenção. Talvez por ser mãe em primeiro lugar. Nenhum homem é capaz de competir com a mulher neste campo: o homem será sempre um pouco tosco ou por outra, ao contrário, retraído ou tímido.

Se tem algo que consolida o relacionamento, são justamente estas qualidades. Não sei se podem, como tais, serem enquadradas como um elemento de “atração”, mas certamente ajudam a manter a atração inicial, impedem que caia na rotina e até a enriquecem. Sem elas, o que se vê e é muito comum, o relacionamento se desgasta e acaba em desapontamento.

E finalmente, algo que fica evidente para mim, a medida que o tempo passa: as diferenças (secundárias) entre homem e mulher são as que menos importam ... São muito mais essenciais as características que eles, homens e mulheres, possuem em comum enquanto seres humanos!! Se são honestos, fieis, bons amigos, etc... São estas qualidades que mantêm atraídos e amalgados dois seres.
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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"Não se deve amar sem ser amado. É melhor morrer crucificado”


Verso de “Gosto que me enrosco” - Sinhô

Uma atitude típica do gostar e da paixão é a exigência de retribuição ou reciprocidade : como é que você não gosta de mim se eu gosto de você?

O tema do amor não-correspondido é o lamento mais freqüente entre os amantes, desde o tempo das cantigas medievais. É a queixa sobre o “amigo” (leia-se amante, em termos modernos) que traiu o amor que se lhe dedica, não necessariamente por uma infidelidade, mas por faltar em corresponder às expectativas que se tem dele.

Vi muita gente sofrer por amor não correspondido, rejeitado, incompreendido, ou por assim dizer, aplicado à “pessoa errada”, aquela que não corresponde. E é neste tipo de condição que se afirma que a pessoa é “infeliz no amor” e é quando surgem os ciúmes, as inseguranças pessoais, os medos, as frustrações e os conflitos.

E para complicar a situação, temos que lembrar que o amor é total, absoluta e irrevogavelmente ilógico. Da mais pura irracionalidade... Não precisa de tempo e certamente, não espera o menor pingo de incentivo para acontecer ...

Quem está apaixonado é quem nem bêbado (= olha na volta e vê todo mundo bêbado também) ... . Não consegue entender como o outro possa não estar apaixonado.

Podemos corresponder - podemos querer e nos levar a corresponder - ao carinho, ao respeito, ao entendimento em uma relação amorosa (adulta e consentida). Mas francamente, não consigo acreditar que uma nossa paixão por outra pessoa garanta (ou gere) uma paixão equivalente desta outra pessoa por nós. Não consigo me imaginar sentindo uma tal "obrigação", nem que ninguém possa vir a sentir.

Reconheço que o que vou afirmar é uma visão tipicamente masculina : tenho percebido muita mulher cobrando do homem a quem ama, este tipo de reciprocidade, mas tenho certeza que as mulheres são as primeiras a não se sentirem nem um pouco induzidas a retribuir uma paixão que lhe é dedicada – embora possam até se sentir lisonjeadas com o sentimento que provocam.

Ou por outra, podem até conservar em segredo, um certo ressentimento contido (ou até manifesto) pela pessoa (por mais méritos pessoais que possa ter) que veio ou quer "usurpar" o lugar, a intensidade ou o fervor, da sua verdadeira e original paixão em seu coração?

Alias, por falar em méritos pessoais, gostaria apenas de citar, de passagem, que não há nada, absolutamente nada que uma pessoa possa fazer para conseguir a paixão de outra pessoa, que já não estivesse lá, em primeiro lugar! E quanto mais fizer por merecer (neste caso, pode até ser qualificado de “assédio”), o mais provável é que venha a ser desprezado e até hostilizado por tentar se apossar de um sentimento sobre o qual "não tem direito"!

O amor sempre é recebido de presente. Podemos conseguir a simpatia ou a gratidão de outra pessoa ou o seu respeito por nossas atitudes. Amor-paixão, nunca. Pois a paixão é algo muito primário, vem de nossas entranhas, tem enormemente a ver com o afloramento do nosso inconsciente, bem menos "controlável" que o amor fraternal ou familiar, a amizade, o amor devotado de um casamento estável, etc .

Inversamente, é só olhar à nossa volta e verificar quantas pessoas são amadas apesar de seu comportamento e de seu merecimento, filhos cruéis e bandidos que têm o amor de sua mãe, até o último alento; mulheres que continuam amando seu homem apesar dos maus tratos; ou homens que adoram sua mulher apesar de todas as traições que recebem, e outros tantos exemplos de menor dramaticidade.

Precisamos nos conscientizar da verdade que não existe lógica nem merecimento neste assunto de amor ou de sua falta : ou a gente ama alguém ou a gente não ama, pronto! É tão simples assim. Não encontrei ninguém que me explicasse como uma pessoa pode vir a amar alguém que não amava em primeiro lugar espontaneamente, nem como pode ser induzida a, ou treinada para aprender a amar alguém específico.

Mas não nego que possa existir reciprocidade, e com relação a isto, existe uma boa e uma má notícia. A boa notícia é que o amor genuíno pleno e recíproco é uma graça dada pelos deuses. A má notícia é que são eles, os deuses, que dão esta graça, não se sabe bem como decidem, mas parece mais uma destas coisas que a pessoa não pode fazer nada a respeito.

No fim das contas, o amor correspondido é algo muito, muito raro. Como já disse, reservado para uns poucos eleitos .... tanto é que para estes poucos eleitos, os Romeus/Julietas ou Tristãos/Isoldas, é que se escreveram romances e poemas para serem inscritos nos anais da Humanidade.

Considero privilegiadas as pessoas que tenham tido a fortuna de sentir uma verdadeira paixão em sua vida. Retribuída ou não. O resto, a grande, a enorme maioria, apenas se ajeita ou se acomoda com uma relação de conveniência, que, bem ou mal, freqüentemente se converte em uma relação de camaradagem, que espanta os infortúnios da solidão a que estamos todos sujeitos!
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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

banzo

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Nós todos morremos porque nossas almas tem banzo de sua pátria de origem.

Mesmo que não o saibamos conscientemente ou o neguemos com veemência.
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Verdade ...

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"Não é preciso que uma coisa seja verdadeira
para que acreditemos nela."

Frase do filme "Lições para toda a vida"
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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O filósofo ...

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Um menino estava para nascer e os Deuses à volta de sua mãe se lamentando da sorte dela.

- "Ela vai morrer?".
- "Não", responderam. "Seu filho será um filosofo. Vocês imaginaram sua dor e seu amargor na vida, quando ela descobrir?"

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Sempre me fascinou a figura do filósofo.

Solitário e incompreendido, perdido nos meandros de seus pensamentos e alheio à vida comum que o cerca, para não dizer totalmente inadequado para a vida do dia-a-dia.

Sublime por um lado, profundamente inábil de outro : quem lhe deu este direito de ser um parasita social e ainda se achar superior?

Bom, talvez o próprio filósofo não se ache superior mas certamente se comporta como tal. Ele não é entendido nem por seus melhores - e necessariamente poucos - amigos que mal conseguem conversar com ele!

O que um filósofo faz? O que ele produz? Ninguém sabe ao certo. Nem ele provavelmente.

Ele não é um cientista, não tem especialização prática nenhuma. Como ele passa seu tempo especulando, ele não perde seu tempo com a necessidade de provar o que ele diz! Mas o diz e diz o que quer sobre tudo, o que não deve agradar aos homens de ciência e de tecnologia que ralam anos em pesquisa e experiências. Menos ainda aos políticos que só querem servos crédulos e incultos.

Não é tampouco um religioso, alias normalmente os religiosos o odeiam, por ele representar uma independência que os incomoda, discutindo tudo quanto é artigo de fé, não se importando com revelações e fazendo pouco caso dos dogmas e mandos eclesiásticos!

Talvez seja um pouco artista, no sentido que ele vive tentando captar a natureza das coisas, mas diferentemente do artista, ele não produz nenhuma obra concreta de arte, apenas livros de leitura insossa, que são lidos apenas por outros filósofos (que nunca concordam com o seu pensamento) e que os leigos - e os literatos também - certamente nunca se atreveriam a chamar de literatura!

Para que serve um filósofo, então? Qual a sua utilidade, no âmbito socio-econômico de hoje em dia? As ciências empurraram os limites do conhecimento em áreas em que os filósofos, no passado (até justificadamente!) se arvoravam donos da sabedoria. Tal como na psicologia, para dar apenas um exemplo marcante.

Mas o mesmo poderia ser dito da história natural e de outros ramos como a linguistica, a estética, a sociologia, etc ...

Por que então estudar filosofia? Por que se ensina filosofia? Por que ser um filósofo hoje?

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À verdade, um livro de filosofia, mesmo do mais alto gabarito, pouco faz para amenizar minha solidão e minha tristeza, mas um amigo afetuoso, apenas sentado ao meu lado, jogando conversa fora ou até sem dizer nada, pode fazer um mundo de diferença.




segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Individualidade humana

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Diz o dicionário que indivíduo é "o exemplar de uma espécie qualquer, que constitui uma unidade distinta.". Bom, não resta dúvida que, nós humanos, somos unidades distintas, pelo menos, no sentido físico-espacial, sendo seres patentemente separados e desconectados depois de cortado o cordão umbelical.

Mas partilhamos um monte de coisas.

Consideramos inicialmente nossa estrutura física : ela é igual para todos (salvo deficiências, doenças ou acidentes). Todos temos um sistema ósseo-muscular, um sistema respiratório, um sistema digestivo, um sistema circulatório, um sistema nervoso-sensorial , um sistema glandular-hormonal, etc ...

Nossas diferenças físicas são apenas "pontuais" : altura, peso, cores, coisas assim, muito superficiais, porque nossa estrutura de base é a mesma. Fomos treinados para reconhecer os indivíduos à nossa volta e estas pequenas diferenças nos são muito úteis, mesmo porque em um universo reduzido, as combinações possíveis destas gamas de diferenças são limitadas o suficiente para não haver repetições significativas.

Mas quando falamos nos 6,7 bilhões de indivíduos vivos (ou nos 100 bilhões que já povoaram a terra), as combinações são tão altas, mas tão altas que é quase impossível afirmar que haja realmente "diferenças".

O fato é que somos muito mais parecidos do que diferentes. É o que afirmam os cientistas que tem estudado nosso genoma. E não vou discutir com eles ...

Se sairmos da área física, então, a coisa fica muito mais pronunciada.

Na área mental, por exemplo, existem desníveis patentes de QI entre indivíduos, mas é uma questão de grau, não de natureza. Dois homens sãos, raciocinam exatamente igual sobre o mesmo problema, independente de época, região ou raça. Há filósofos que afirmam até que, a rigor, nós humanos sequer pensamos, mas apenas colhemos idéias do Mundo-de-Pensamento. Ou seja a inteligência dos homens é igual para todos, apenas o acesso não é mesmo.

Na área emocional, tambem, é difícil imaginar que um ser humano possa sentir uma emoção (raiva, vaidade, prazer ...) ou sentimento (orgulho, honra, amor...) que outro homem não tenha sentido.

Haverá indivíduos mais sensíveis como os artistas, e os condicionamentos sociais (religiosos, culturais, políticos ...) têem um inegável influência sobre a manifestação das emoções e dos sentimentos... mas a gama de sentimentos está inteirinha lá para todos!!

Há religiosos que dizem que somos apenas "células de um Grande Corpo Místico". Em termos de hoje, poderíamos dizer que somos meros terminais de um Computador Central, partilhando a mesma rede e os mesmos softwares.

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O que é, então, um indivíduo, um ser humano individual? Uma ilusão do nosso ego que tem a consciência por função? Ego que nos diz que somos um indivíduo apenas para nos diferenciar de nosso vizinho e possibilitar a vida em sociedade de forma pragmática?
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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O mistério dos grandes números

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Somos atualmente em torno de 6,7 bilhões de seres humanos neste planeta. É um bocado de gente.

Difícil, praticamente impossível de aquilatar. Amigos íntimos e parentes, a maioria de nós, temos até varias dezenas. Conhecidos, quando muito, talvez algumas poucas centenas.

Para quem mora em cidades grandes, e vê condomínios imponentes, pode calcular os seus moradores aos milhares! Olhando pela janela, podemos ver centenas/milhares de prédios, estimo dezenas ou quiçá centenas de milhares de pessoas à nossa volta. Andando na rua. Carros passando o dia inteiro. Fazendo compras em lojas, shoppings, indo a escolas, ao trabalho, a academias e clubes, etc. ...

Pessoas com suas vidas, suas famílias, seus problemas, suas alegrias, seus anseios, seus planos. Seres humanos, não resta dúvida ... mas sem rostos, sem nenhuma identificação.

Alem de meu bairro, todos os outros bairros de minha cidade. Alem de minha cidade, quantas cidades, pequenas e grandes. Quantos países, quantas paragens neste mundo. Pessoas de tudo quanto é raça e cultura, homens do campo e da cidade, gente que mora nas selvas, nas estepes geladas ou nos desertos.

Umas estimativas feitas por demógrafos parecem indicar que o número total de humanos que já viveram neste planeta é em torno de 100 bilhões! A acreditar na metempsicose, claramente este não é o número de almas humanas, pois cada alma re-encarna várias vezes. Este número de seres humanos, encarnados ou desencarnados, mesmo bastante reduzido, ainda é bastante impressionante.

Seja lá como for, éramos 3 bilhões em 1959, e dobramos para 6 até 1999. E continuamos crescendo. De onde tem vindo tantas almas novas?
 

quarta-feira, 12 de agosto de 2009


"Nesse ponto (da vida) ... nada mais acontece ... a não ser dentro de nossas próprias cabeças ..."
Eric Hobsbawm em Tempos Interessantes

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Tenho uma característica de pensar e refletir muito melhor quando escrevo. Possivelmente por ter mais tempo de construir meu pensamento e sentir-lhe a veracidade.. Creio que se poderia concluir que o meu pensar é devagar ... assim como o meu gosto por música (se tiver muitas notas, muitos instrumentos ou muita rapidez ... me perco!).

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Não que não consiga sustentar uma discussão verbal .... afinal fui um executivo de multinacional e operava em uma área que exigia constantes e seguidas negociações com parceiros de negócios.
É certamente uma limitação .... eu reconheço que não sou nenhum Aristóteles e não adoto o método improvisado de filosofia verbal enquanto passeio .... em todo caso, gosto de pensar e refletir. E escrever é como me sinto confortável com isto pois só assim, consigo alguma profundidade e segurança

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Reconheço que o que escrevo é meio pomposo e não pode agradar a grande maioria, e certamente não ganharia nenhum prêmio de popularidade, se posto em livro. A começar, que exige que a pessoa pense .... e isto muitos poucos gostam de fazer ... O povão quer coisas light, piadas ... ou então, esperanças enlatadas à la Paulo Coelho ou Lair Ribeiro.


Falar é para outras coisas.
E não, não falo do modo que escrevo ... Deus me livre! Sou um pouquinho mais espontâneo .... mas falar, assim mesmo, não é meu forte. Não sou muito de papo furado ou de jogar conversa fora. Quer dizer, eu tenho um limite de papo-furado, aí me entendio, e fico observando o grupo, meio de fora, como se não fosse comigo, entre enfastiado e admirado que se possa gastar tanta energia com tão pouco conteúdo. Em especial, não tenho nenhuma paciência sobre papo de futebol.
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É verdade que gosto de ficar sozinho de vez em quando, mas isto não é um problema, é uma característica. É uma forma de me recarregar. Sou, sim, uma pessoa um tanto reservada - alguns diriam, introvertida – mas, definitivamente, não sou anti-sociável.
Gosto de meus amigos e não fujo deles. Mas gosto, de vez em quando, de minha "sozinhez.". (Sozinhez é apenas estar sozinho, diferente de solidão que é estado emocional de estar querendo o outro e não o ter!) Eu não curto solidão, como também não curto de doenças.

Minha solidão maior é a falta de diálogo inteligente, sobre as coisas da Vida e do Espírito. A maioria das pessoas só falam de futebol, novela, fofoca, crise econômica, falta de segurança, corrupção política e assemelhados ... A leitura supre uma boa parte desta necessidade que vejo que pouquíssimas pessoas tem : as vezes, me sinto tremendamente deslocado, e até certo ponto, inadequado para este mundo em que vivemos! Em tempos de abundantes mediocridades, sinto-me um peixe fora d’água, gostando de arte, leitura, filosofia, psicologia e religiosidade : tenho que lutar inclusive contra meus próprios condicionamentos ... mas levo um mínimo de vantagem eis que me dou relativa conta do que acontece ao contrário de muitas pessoas.
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Mas assim mesmo, um livro ainda é um objeto inanimado e frio. Certamente, me põe em contato com seres humanos e seu pensamento, mas falta o calor do toque, o brilho nos olhos, a cumplicidade!
 
Li recentemente uma frase de Herman Hesse que me chamou a atenção : "Passe algum tempo em solidão." Creio que para mim, o contrário seria hoje muito mais importante : passar algum tempo em intimidade com alguém. E não estou usando nenhum eufemismo para me referir a um relacionamento sexual, apenas à necessidade de comunhão em pensamento, àquela cumplicidade de enfoque de vida que faz tanta falta ...
Gosto muito de pessoas inteligentes. Embora a inteligência não é a melhor qualidade do ser humano (mas sim a compaixão), tenho uma predileção legítima por pessoas que sejam capazes de expressar seu pensamento de forma clara e ágil. E ainda melhor se for de maneira jovial e bem humorada.
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Em suma, sou fechado? ... É, talvez um pouquinho, mas certamente não tanto quanto eu fui quando era mais jovem. A medida que fui amadurecendo, descobri que os outros tem defeitos muito parecidos com os meus .... aprendi a ser leniente comigo e com os outros! Isto me reconciliou com os meus irmãos de humanidade (e comigo mesmo) e perdi um pouco de minha timidez ... e até que, quando me empolgo, é difícil de me fazer parar de falar.
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

O Temor da Testemunha

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Há alguns atras, (quando ainda morava em uma casa térrea), batem à porta testemunhas de Jeová, decidi ouvir mas lá pelas tantas, já estava ficando monótono, e estava, polidamente, disposto a dispensá-los.

E foi, neste momento, que o moço falou qualquer coisa assim. "Você precisa temer a Deus", com aquela ênfase que se pode imaginar, quase gritando comigo, como se fosse uma reprimenda. Aí, eu respondi : "Você não acabou de me dizer que Deus é Amor Infinito, que tudo perdoa. Então, porque eu, que tento cumprir meu dever honestamente e que Ele sabe, já que Ele sabe tudo, porque deveria temê-Lo? Não deveria, ao contrário, ter plena confiança na sua Bondade e me abandonar em Suas Mãos, sem medo e sem temor?".

Era preciso ver a cara do moço. Ele parou lá mesmo, fechou sua Bíblia e foi-se embora, mal esboçando um cumprimento entre os dentes.

O problema todo, como soi acontecer, está nas palavras. Temor, em português, significa algo muito próximo a mêdo. O que não me dei conta, na hora, era em que sentido as testemunhas usam a palavra temor.

As testemunhas são de origem norte-americana. Em inglês, existe a palavra AWE que não traduz bem em português, é um tão profundo respeito que chega a abalar nossa emocionalidade e nos deixa sentir tão pequenos e indefesos diante da grandeza espiritual que se abre as vezes para nós humanos. Não é medo, nem temor, ... mas apenas a tradução que mais se usa.

Eu não lembrei na ocasião ... mas devo ter encucado o moço ... ou então, ele me considerou um caso incurável de falta de fé!
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

HD na TV

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Existe uma música de Charles Aznavour que diz : "La misère est moins pénible au soleil". Ou seja "a miséria é menos penosa ao sol". Uma crença e uma distorção lamentável dos países desenvolvidos de que a miséria não pode ser tão difícil assim nos paradisíacos climas tropicais!!!

Mas o que isto tem a ver com alta definição na televisão?

Simples, será que uma imagem perfeita torna menos penosa ou inócua a banalidade e descultura que grassam em nossas TVs?
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domingo, 2 de agosto de 2009

Marketing espiritual ...

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Em um dos seus textos, Osho cita um autor de best-seller, destes de auto-ajuda e diz : " ... é um homem de negócios ... seu livro é um sucesso mundial porque quem quiser obter (...) acabará encontrando (no seu livro)"

Osho, certamente é reu de suas própias palavras : pode-se dizer o mesmo dele. Ele era um homem que respeitava o dinheiro e respeitava os que conseguiam "fazer" dinheiro. E seus discursos tem bem a característica da "indústria cultural", oferecer ao público aquilo que o público quer ouvir.

Frequentemente, se contradiz ... e tem o hábito de sempre e invariavelmente contestar ...

Mas, pelo sim, pelo não, vale a pena ler seus livros. Tem que tomar o cuidado de não acreditar piamente em tudo que ele diz ... mas ele tem uma qualidade fantástica de obrigar você a pensar ... .
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sábado, 1 de agosto de 2009

Whereto?

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Para onde daqui? Para onde de agora?

Diz o Osho, "Não há muito tempo, você não tem muito tempo. Não diga amanhã - o amanhã é uma miragem. Não deixe nada para depois : o momento é agora."

Mas, ora bolas, não estou satisfeito com meu agora. E agora?
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terça-feira, 28 de julho de 2009

Religião e igrejas ...

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Tenho acompanhado o resumo de Conversando Com Deus ..

Achei interessante a postura da mãe do Neale ... Neste sentido, um livro que apreciei muito foi o "Alem da Religião" do David N. Elkins que discorre sobre religiosidade fora das igrejas.

As igrejas, em realidade, sempre partem de uma Revelação de um Mestre ou um Guia. Se apossam, politicamente, dum suposto privilégio de exclusividade ou de unicidade ... e dá lhe dogma em cima de dogma, que, frequentemente, não têem nada a ver com os ensinamentos originais do Mestre.

As igrejas são as religiões dos homens, as religiões criadas pelo homens ... não são uma Religião de Deus.

Posso parecer anti-clerical, mas não sou. Respeito o homem que tem uma religião e frequenta uma igreja.

Mas não posso deixar de observar o quanto de "político" se imiscui na prática das igrejas e verificar que, para muitas pessoas, a "autoridade" eclesiástica leva de vencida e substitui a Fé.

O que quero dizer é que temos que ter Fé em Deus, e não fé nos homens (auto-ungidos) que comandam uma igreja. Não é a mesma coisa.

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sábado, 25 de julho de 2009

A palavra é solidão, maior ainda do que a dos corpos

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Pois pode não parecer tão óbvio ... mas é simples, sim.

Veja bem, a palavra, a linguagem, é algo artificial. Criada pelo homem. É um veículo para transmitir informações. É um instrumento da razão, que se serve dela para a ciência, para o comércio, para as leis, etc ... Muito útil na vida em sociedade, não resta dúvida.

As palavras não são as coisas, elas apenas representam o pensamento que temos sobre elas. Alias, as palavras têem uma variedade de significados, que também variam de pessoa para pessoa ... e costumam causar bastante confusão ...
E para somar à confusão, a humanidade ainda inventou uma série de linguas ... uma verdadeira (torre de ) babel ...

A arte não precisa das palavras. A pintura, a escultura, a música não precisam de palavras. Mesmo a poesia que se serve delas, o faz, ou por causa de sua evocação, ou de sua musicalidade.

A palavra não ajuda na comunicação entre os humanos, comunicação no sentido de comunhão entre eles.

O que faz isto, é a afeição, é a sintonia, é sentir o outro, é a compaixão, todas estas coisas da manifestação do coração ... que dispensam a palavra, no sentido comum, mas precisam da presença, do interesse genuíno, da empatia, da mão estendida, do abraço ...

São estas coisas que dissolvem a solidão, que se sobrepõem a ela e a curam. A palavra,a rigor, não pode fazer isto. Pode falar sobre as coisas do coração, mas não pode substituí-las.

A palavra, em si, não faz nada para aplacar a solidão ... Quando muito, a palavra pode tentar explicar a solidão ... As pessoas podem falar, falar mas isto não aliviará a solidão. A única coisa que pode aplacar a solidão é um coração amigo.

Neste sentido, sim, a palavra é solidão.

Maior ainda do que a dos corpos, pois o corpo e o instinto, estão mais pertos do coração, do que a palavra e a razão
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terça-feira, 21 de julho de 2009

Osho : um buraco na parede

Outro dia (após uma semana de chuva), fiz um comentário que estava um lindo dia de sol, lá fora

Me lembrei de um texto do Osho que diz : "Por que olhar através de um buraco na parede, quando você pode sair e contemplar o céu aberto?"

Alias, por que não olhar lá fora ao invés de ouvir a meteorologia na TV?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Paixão ...

De Christian Garcin, em Vidas

Il rêve de dénuder ses seins qu´il devine libres parfois sous un tissu léger. De promener ses doigts et ses lèvres sur le duvet du ventre (et) dans le creux de ses reins. De sentir sous sa main, cette peau qui se tend et frémit ... Lorsqu´il approche d´elle, il hume son odeur, Il n´a pas besoin de lui dire sa flamme : elle est tout entière la, dans son corps à l´écoute, ses narines dilatées, son regard qui volette autour
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Ele sonha de desnudar seus seios que ele adivinha livres, às vezes, sob um leve tecido. De passear seus dedos e seus lábios na penugem aveludada de seu ventre e no cavo de seus rins. De sentir sob sua mão, essa pele que se retesa e freme ... Quando se aproxima dela, ele aspira seu perfume. Ele não precisa lhe dizer sua chama : ela está toda inteirinha lá, no seu corpo à escuta, suas narinas dilatadas, seu olhar que volteja à sua procura ...

domingo, 19 de julho de 2009

Vidas ...

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Estou lendo um livro, em francês, de um autor marselhês, Christian Garcin, muito intrigante, que se chama Vidas, assim mesmo no original, provavelmente do provençal.

São pequenas biografias, de diversas pessoas, famosas ou desconhecidas, em no máximo, 3-4 páginas cada.

Uns pequenos excertos do primeiros capítulos

La parole est solitude, plus grande encore que celle du corps.
A palavra é solidão, maior ainda do que a dos corpos.

Seul le silence unit les êtres.
Somente o silêncio une os seres.

(on) lui a dit un jour que l'oubli résolvait toutes les souffrances.
Disseram-lhe um dia que o esquecimento dissolvia todos os sofrimentos.

... la vérité. Le langage n'y a pas accès.
... a verdade. A linguagem não lhe tem acesso.

Dans le silence qui enrobe les êtres, ... qui se nourit de l´éloignement (et) de l´oubli ..., nous taisons tous l´essenciel.
No silêncio que envolve os seres, ... que se nutre do distanciamento (e) e do olvido ..., todos nós calamos o essencial.

les journées veules, inutiles, dont le seul but est leur propre terme.
os dias apáticos e sem vontade, inúteis, cujo único objetivo é o seu próprio término.
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Há cultura ... e curtura


Recuperado de blog anterior


Como toda palavra, a palavra cultura é algo muito traiçoeiro e pode significar uma diversidade de coisas, nem sempre isentas de certo antagonismo intrínseco.

Cultura pode ser simplesmente o status quo cultural de uma região ou época ou grupo (como quem diz, a cultura da Namíbia, ou a cultura do século XVI ou a cultura interna da General Motors).

Cultura pode significar o apanágio de desenvolvimento e avanço cultural. Quando se diz : Fulano é um homem de cultura, a gente quer dizer que fulano é uma pessoa de grande erudição, saber, preparo pessoal, alguém superior, alguém interessado nas coisas do intelecto e do espírito.

Cultura pode tambem ser cultura popular. Algo que surge espontaneamente do povo, normalmente das camadas menos desenvolvidas ou educadas, que se manifesta em costumes, tradições, culinária e artesanato, principalmente no grosso mesmo da população ... e tambem em formas variadas de artes, musicais ou plásticas, caracteristicamente por artistas (legítimos) mas sem formação acadêmica.

Mas dificilmente é cultura de vanguarda, embora, por provir das profundezas da alma de um povo, o define de forma bastante peculiar e lhe dá suas características únicas e diferenciadoras de outros povos.

Assim como não é de vanguarda a cultura de massa. Hoje bastante globalizada, a cultura de massa é promovida pela assim chamada "indústria cultural", a indústria de comunicação de massa (televisão, rádio, jornais, revistas, livros de sucesso, etc ...). A indústria cultural está interressada em audiência (que se transforma em lucro) e portanto, vai dar ao seu público, o que o público quer ver, ler, etc ... na maioria das vezes, um monte de banalidades de fácil absorção, romantismo piegas, violência, sexo gratuito, esperança fácil, .... e entorpecimento garantido!

Não deixa de ser uma cultura "popular", já no sentido de popularidade. As vezes, cultura popular e cultura de massa se mesclam num pacto um tanto preocupante (para não dizer sinistro em suas consequencias), para manter o avanço cultural em cheque. Qualquer pessoa séria do mundo acadêmico ou com algum interesse espiritual, deveria sentir calafrio ao observar o que está acontecendo em termos de retrocesso cultural.

Embate de idéias ...

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Não se acanhem de comentar ... nosso pensamento é tão bom quanto, senão melhor, de muito gente que escreve por aí, em jornais e revistas ...

E não tenham medo de polêmica ... é do embate de idéias que surge luz, que surge a oportunidade de corrigirmos ou ampliarmos nossos pontos de vista ...

O único embate que temos que evitar o embate de vontades, o embate dos militares e dos políticos, pois este conduz a guerra ...

Mas o embate de idéias conduz à tolerância e quiçá, a um pouco mais de sabedoria.
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terça-feira, 9 de junho de 2009

Desatino do destino

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Não diga : "encontrei o meu amor muito tarde".

O provável é que encontrou o seu des*amor muito cedo.

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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Tradução do poemeto ...

La rosée du matin,
C´est comme la fraicheur de ta peau
Qui garde jalousement
La chaleur de ta vie.
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O orvalho da manhã
É como o frescor de tua pele
Que guarda com zeloso ciúme
O calor de tua vida.
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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Minhas nacionalidades ...

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Sou italiano de passaporte, francês de educação, americano de profissão e brasileiro de coração.

De árabe tenho o gosto de não fazer nada e ficar filosofando e remexendo meus pensamentos, curtir um dia bonito, saborear uma boa comida e agradecer aos céus pela sua benevolência e a vida que me foi concedida.

Gosto de sol ...

Nascí no Egito, tenho duas avós gregas, um avó italiano e outro francês. Sou o próprio mediterrâneo! Adoro o Sol. Preciso do Sol. Não que goste de ficar fritando ao sol, como muita gente faz, mas preciso de luz do sol, da claridade do dia e do céu azul. É fundamental ... faltou, emburro logo!! Chuva, umidade, neblina ... deixo para os nórdicos.


P.S. Me falaram que emburro com tempo cinza por causa da falta de uma tal de serotonina ... prefiro pensar que me faz falta o Sol mesmo!!!!

Minhas origens ...

Recuperado de anotações pessoais
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Para entender a aparente confusão concernente à minha origem, que é a mesma de Monsieur Gilbert e Leon Eliachar (radicados no Brasil) assim como de Omar Shariff ou Dalida, todos eles que nasceram no Egito mas não são "egípcios", é preciso compreender a condição social do Egito naqueles idos, antes da revolução do Nasser em 1957.

O Egito estava sob um proterado inglês, embora tivesse um rei, Faruk. Já vinha de outro proterado, francês. A influência européia era muito grande, por conta de variados interesses econômicos, desde a exploração do Canal de Suez à cultura do algodão. O protetorado não era para proteger o Egito, era para proteger seus interesses no Egito.

Havia uma grande e variada comunidade européia na ocasião. Não havia quase americanos mas havia sujeitos britânicos variados, ingleses e malteses sobretudo. Havia franceses, italianos, gregos, libaneses, armênios, israelitas, etc .... Um caldeirão de povos, principalmente mediterrâneos. Havia também uma multitude de religiões, católicos, ortodoxos, maronitas, coptas, protestantes e também bastante judeus.

Lógico, havia os egípcios propriamente ditos, nativos e muçulmanos. Afinal, eles eram os donos da terra ... Havia uns poucos pretos, de origem sudanesa ou etíope, no Sul do pais, mas também muçulmanos. Havia também beduínos nômades, esparsos pelo país.

Prevalecia a lei do jus sanguinis. Nem os árabes nos queriam como concidadãos, basicamente por não sermos muçulmanos - ou seja, por sermos infiéis. Nem nós queríamos nos confundirmos com o povo árabe do qual lamentavelmente tínhamos pouco conceito. Havia uma razoável segregação, aceita e bem-vinda de lado a lado.

Não era propriamente racial, era uma questão de cultura. Havia alguns árabes de posses, que se educavam na Europa, se vestiam e falavam como nós e que eram admitidos ao convívio dos europeus. Nós, os metecos. (estrangeiros domiciliados em um país, diz o Aurélio)

Quando nascia uma criança, era registrada no consulado do país de origem do pai. Ou se não existisse um consulado daquela nacionalidade, com outro consulado que tivesse convênio. Por várias e seguidas gerações. Na nossa família, certamente por mais de 5-6 gerações.

Tínhamos os nossos bairros, nossas igrejas, nossas escolas, nossas lojas, até nossas praias, que não eram franqueados aos árabes do povo. Só entravam lá para trabalhar ou vender, coisa do tipo. Não havia propriamente uma proibição, mas eles, os árabes, também não faziam muita questão de nossa companhia. Como também, evitávamos freqüentar os bairros deles, inclusive por considerações de segurança : os muçulmanos não morrem de amores pelos infiéis. Mas, enfim , havíamos arranjado uma forma de convívio, com um relativo grau de estabilidade.

A comunidade européia era bem cosmopolita e eram freqüentes casamentos entre nacionalidades (européias) diferentes. Era comum as pessoas falarem espontaneamente vários idiomas, geralmente o inglês ou o francês e mais o idioma de origem, italiano ou grego ou seja o que for. Havia uma certa rivalidade entre grupos de nacionalidades diferentes mas também uma certa coesão por causa do antagonismo aos árabes. Esta rivalidade era apenas proforma e havia uma grande tolerância sobre a diversidade de idiomas, hábitos e religiões. Todo mundo - é claro, meio a contragosto para muitos - tinha que falar um pouco de árabe, senão como comprar as coisas no mercado, dar ordens aos empregados, tomar charretes ou pedir alguma coisa nas lojas ou restaurantes?

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Então, para entrar na minha família .... meu pai era italiano, minha mãe era francesa, fui registrado em consulado italiano. Passaporte que conservo até hoje.

Meu pai era filho de italiano e de grega. Minha mãe era filha de francês e de grega. Minhas avós gregas, por sinal, eram irmãs e meus pais precisaram de permissão especial da igreja católica para poderem se casar.

A melhor escola para meninos era francesa, adivinhe : me eduquei em uma escola de irmãos lassalistas franceses, católicos. Meu pai que era italiano também estudou em escola francesa.
A melhor escola para meninas era de freiras italianas, católicas. Minha mãe que era francesa estudou em escola italiana.

Então, o que se falava em casa : um jargão estranho, meio francês, meio italiano, entremeado de palavras em árabe e inglês, e vez ou outra aparecia uma palavra em grego.

Em 1957, Nasser fez uma revolução e entre outras coisas, alem de derrubar o rei, joguete dos ingleses, expulsou os estrangeiros de origem britânica e francesa e deu, à nossa mãe, 3 dias para sair do pais. (Os demais europeus ficaram em uma situação insustentável e acabaram saindo nos anos seguintes).

A Itália estava em petição de miséria, na ocasião. A França não nos recebia (minha mãe tinha adotado a nacionalidade italiana quando se casou, isto não nos permitia entrar na França, mas não impediu o governo egípcio de expulsá-la). Na Australia, sabíamos de problemas gravissimos de integração social por nossa origem latina. O Canadá era muito frio. Os Estados Unidos tinha um processo de admissão que demorava, no mínimo de 3 a 6 mêses (tinhamos 3 dias). O Brasil nos abriu a porta.

Chegamos no dia 23-Maio-1957, há portanto 52 anos.

Parte da família foi para França. Parte foi para Australia. Outra para o Canadá. Teve uma prima que foi para Malta. Outros foram para Inglaterra e e com exceção de dois primos, não se adpataram e mudaram-se depois de uns 2 anos, para o Brasil. No fim, a grande maioria da família se mudou para cá ... a geração dos avós e dos pais já morreram, alguns primos também.

O Brasil nos recebeu muito bem. Não tivemos nenhum problema de nos adaptarmos. Éramos estrangeiros mal vistos no Egito e embora continuassemos estrangeiros no Brasil, achamos um encanto o calor e o acolhimento de vizinhos, colegas de trabalho, etc ...Aprendemos o idioma com uma facilidade inata para nós que sempre falamos vários idiomas.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Uma mini biografia ...

Recuperado de blog anterior

J´ai plus de souvenirs

Beaudelaire é que dizia :"J´ai plus de souvenirs que si j´avais mil ans."!

Em toda honestidade, sinto um pouco de inveja das pessoas que têm uma facilidade de rememorar coisas de seu passado, e são capazes de tirar de seu baú de lembranças, detalhes que me deixam atônito.

Eu, as vezes, sinto como se tenha tido uma vida quase vazia. As memórias, elas não me voltam ... é como se minha vida fosse feita muito mais de esquecimentos do que de recordações!

Sim, sim, é claro, eu sei as datas e os grandes fatos de minha vida. Mas me faltam as imagens e os sentimentos atrelados a estes fatos. Tenho fotos, sim, mas é quase como assistir a um filme, sobrando aquela sensação de "exterior" por assim dizer, não algo que brota de meu íntimo.Me incomoda um pouco, para dizer a verdade, mas não demais. Amo a vida ... e se minha vida não tem uma grande soma de passado, que fazer? Continuar feliz sem passado, não é?

Tenho impressões difusas, mas nem por isto, menos vivazes. Por exemplo, tinha um amor todo especial pelo meu Colégio, no Egito (Collège Saint Marc). E dele, guardo a lembrança do grande respeito que eu tinha por um professor, Frère Lucien, do qual não consigo reviver nenhum traço, mas do qual recordo ser homem inteligente, íntegro e exigente que nos ensinou uma filosofia de vida impecável que me marcou até hoje e que, em tudo, nos estimulava a nos realizarmos enquanto seres humanos.

Tentei começar a escrever minha autobiografia (como um exercício psicológico) .... apenas para descobrir que era impossível alinhavar as minhas memórias. Neste sentido, eu sei pouca coisa a meu próprio respeito. Podem ser os primórdios do Alzheimer {risos!}, mas lembro de tão poucas coisas específicas a respeito de minha vida.

Da minha infância no Egito. Tem alguns registros escolares, algumas fotos, os relatos da minha mãe (hoje falecida). Mas isto não vale, isto não é memória original própria. Sobram realmente pouquíssimas imagens, algumas sem muito importância, alguns trechos de paredes de uma casa, uma praia, um pesadelo de doença infantil, a vista da janela de uma sala de aula que dava para o mar, a lembrança de alguns amigos mas hoje sem rosto e até sem nome, coisas assim.

A viagem de navio para o Brasil, os primeiros anos no Brasil praticamente apagados. Cenas esparsas, algum ou outro amigo ou colega de trabalho ou de faculdade.

Dos primeiros anos de casamento sobrou aquela sensação de muito trabalho e do estudo noturno, e da estafa permanente e o invariável estresse para equilibrar o orçamento.

Meus filhos nasceram em 1966 e 1968, anos conturbados da nossa mocidade .... mas estranhamente não consigo ligar as duas séries de coisas, a minha vida pessoal e os distúbios políticos, como se tivessem acontecido em planetas ou séculos separados.

Lembro bem de meu primeiro apartamento .... mas a casa que comprei em seguida e na qual moramos 4 anos, sumiu completamente. Passando na frente dela, ela é uma perfeita estranha, que não toca nenhuma campainha!

Viagens fiz, de que não lembro nada e olhando a foto, só posso ficar perplexo de eu estar posando na frente de um monumento ou coisa assim. Sim, lembro de coisas, como carros, de algumas viagens, de alguns poucos episódios, de alguns amigos específicos .... mas muito, muito mesmo, simplesmente desapareceu ... é como se nunca tivesse acontecido. Mas certas coisas, banais mas poderosas, voltam .... como por exemplo, o cheirinho gostoso da madeira entalhando no pirogravo.

Hoje, a rigor, minha biografia, consistiria das coisas que penso ou sinto, muito mais do que os eventos que aconteceram comigo. Não que considero minha vida extremamente banal, tenho afortunadamente uma boa vida, mas minha vida "interna" parece tomar uma grande precedência sobre o dia-a-dia, as viagens, as festas, os eventos ...

Um evento que me marcou e que me retorna claramente ... quando era moço (fim da adolescência), escrevia bastante, havia pelo menos um caderno cheio que, um dia, num arroubo de revolta contra a vida que exigia de mim eficiência e dedicação às banalidades necessárias à sobrevivência, joguei fora. Junto com meus desenhos e pinturas que ninguém parecia apreciar, meus discos que ninguém entendia, meus livros que falavam de coisas que "não tinham rendimento econômico imediato", etc ... Junto com este jogar fora, apaguei também as memórias daquela época e por mais que faça esforço, muito pouco volta.

Foi bom por um lado, acabei me direcionando para o estudo universitário, uma carreira na indústria, um casamento sensato ... e como conseqüência, hoje tenho uma vida cômoda.

Mas joguei fora muito de minha espontaneidade, meu eu legítimo e natural, e me enquadrei em um "papel" necessário numa vida, racional, eficiente, mas talvez não totalmente marcante para se lembrar.

Felizmente que, em minha aposentadoria, consegui ressuscitar parte deste "adolescente" constrangido e hoje, faço escultura, leio sobre psicologia e religião, e escrevo. Nada que renda dinheiro mas que me faz me sentir gente. E feliz.

sexta-feira, 8 de maio de 2009



O motivo de minha ausência .... Na segunda-feira, chegou minha filha de volta para o Brasil depois de 4 anos na França. Veio com o marido e o meu lindo e graciosíssimo netinho Matteo, de dois anos e três meses, para se estabelecerem aqui em São Paulo.

Estão conosco enquanto procuram apartamento, carro, celular, etc ...

Matteo já é bilingue e é possuidor de uma energia ímpar, cheio de vida e de carinho para com todo mundo

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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Memórias de Carl Jung

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Acabei de ler o livro Memórias, Sonhos e Reflexões.

É um livro multi-facetado, nem sempre fácil de ler mas muitissimo interessante (pelo menos para mim).

Uma boa parte do livro é uma espécie de auto-biografia interior, no sentido que Carl Jung descreve sua evolução interna, seu mundo de pensamento e especialmente, a formação de sua religiosidade, um fator central e capital em sua vida. {Nota-se que Jung diferenciava totalmente a "religião" de qualquer igreja ou profissão de fé}

Algo muito interessante - até intrigante para uma pessoa como eu, que dificilmente lembra de seus sonhos - é a importancia vital que Jung dava a seus sonhos. Que não somente dirigiam sua vida "espiritual" mas frequentemente orientavam suas pesquisas e seu trabalho científico.
Jung usava seus sonhos como uma fonte de informação e de conhecimento, a par de seu trabalho científico em estado de vigília.

A terminologia é as vezes um pouco pesada, como nos trechos onde comenta sobre a questão do Bem e do Mal, com considerações bastante complexas {=pg. 283 e seguintes}. Mas aparecem trechos onde Jung comenta de forma solta sobre suas viagens, em particular uma descrição bastante humorada de uma tempestade em alto mar. {Na cabine, todos os objetos tomaram vida ... um sapato que descansava no chão, levantando-se, pôs-se a olhar espantado à sua volta, para em seguida, escorregando mansamente, pôr-se debaixo do sofá; um sapato que estava levantado, acabou por deitar-se sobre um dos lados e correu ao encalço do outro sapato = pg. 316}

Mas o tom do livro, é em geral, bastante sério e profundo. E é longe de uma autobiografia comum, pois quase não refere a eventos de sua vida.

Algo muito peculiar é o seu comentário à pg. 307 onde declara que não é um "iniciado" ou um sábio. Mas é conscio de algumas características superiores. {A diferença entre a maioria dos homens e eu, reside no fato que, em mim, as "paredes divisórias" são transparentes. ... Nos outros, elas são muitas vezes tão espessas que lhes impedem a visão; eles pensam, por isso, que não há nada do outro lado.... Ignoro o que determinou a minha faculdade de perceber ... Talvez tenha sido o próprio inconsciente, talvez os meus sonhos precoces que desde o início marcaram meu caminho.}

A este respeito, e confirmando o que ele diz acima, é notável a resposta que ele deu a um entrevistador : "Você acredita em Deus?" === "Não, eu não acredito, eu SEI."

A Escolha de Sofia

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Época da entrega da declaração ....

Guardadas as devidas proporções, imagino que um monte de pessoas se sentem um pouco como o personagem central do filme ...
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quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sedução

. No fundo, porque me preocupar em publicar??

. enfoque masculino
. as diferentes conotações
. um homem sedutor é um homem charmoso, cativante, espontaneo?
. ou um namorador inescrupuloso que usa de artimanhas para obter seu desejo?
. artigos de "o que" e "como" um homem deve fazer para seduzir uma mulher
. teorias do que atrai uma mulher
. as mulheres gostam ou preferem ser seduzidas? uma maneira de passar adiante a responsabilidade?

sábado, 18 de abril de 2009

Dúvidas ...

Recuperado de um blog anterior
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Lembro-me de uma frase que registrei em um filme, creio ter sido em Madre Maria Joana dos Anjos (filme polonês, já com uns 40 ou 50 anos).

Um convento de freiras, em uma aldeia polonesa, na Idade Média, possuídas ou perseguidas pelo demônio, um padre simplório que não consegue entender como Deus permite o Mal, e tenta de tudo para resolver o problema mas nada funciona nem as suas preces nem as suas flagelações ....

Uma noite em desespêro de causa, procura sorrateiramente o rabino da aldeia, única outra pessoa no local com um mínimo de luzes.

Conta-lhe o seu problema e suas dúvidas, ao que o rabino fica muito bravo e lhe diz : "Homem de Deus, com que direito v. vem perturbar meu sono com suas dúvidas? Você por acaso não sabe que tenho as minhas?"

Sim , todos temos as nossas dúvidas. As pessoas mais experientes sabem que as tem. E as pessoas mais sábias, as que se aplicaram à tarefa sabem até dizer quais são. Mas ninguem de certa inteligência acredita que tem as respostas ou soluções.

Apenas os néscios que não se dão conta de suas dúvidas, acham, com certeza, que tem as respostas.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Camilo Castelo Branco e a Internet ...

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Castelo Branco (1825-1890) foi um escritor português que não conheço muito bem ... mas teve um lampejo visionário do que seria a Internet e a prática do spam!!!

Pois não chegou a escrever :

"Amigo é uma palavra profanada pelo uso e barateada a cada hora ...."

Vocês são testemunhas da quantidade enorme de spams sobre o que é - ou deveria ser - a amizade, não é?

A demonstrar que é uma mercadoria muito malbaratada e bastante em falta hoje em dia ...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O mundo era seu livro de imagens e ele podia folheá-lo à vontade

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Extrai de um livro que estou lendo neste momento. Não vou citar o autor nem o contexto, para não influenciar.

Achei lindo e superpoético.

O que vocês acham?
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terça-feira, 31 de março de 2009

Pater Mater

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Os bens de um homem são seu patrimonio
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Os bens de uma mulher saõ seu matrimonio
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É uma visão aparentemente muito estreita ... porem parece ter um fundo de verdade!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Rottweiler




A tarefa principal do Rottweiler (...)
a condução e a guarda de grandes rebanhos,
e grandes animais e
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a defesa do seu dono
e seu patrimônio.
(fonte Wikipédia)

Um verdadeiro anjo-da-guarda

Porque então esta imagem tão feroz?

quarta-feira, 25 de março de 2009

Um assunto polêmico ...



Não concordo com o protesto agressivo (e desrespeitoso) por causa das manifestações do Papa contra os contraceptivos, usados tanto para regular a natalidade como para se proteger das DSTs e em particular da AIDS.

Mas convenhamos que com tanto males espirituais por este mundo afora (violência, guerras, malversação política que tanto dano faz as populações), não dá para entender o encarniçamento do Papa contra os contraceptivos.
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É apenas um dogma da Igreja. Quero dizer, um regulamento eclesiástico, feito pelos homens. Homens de Igreja, mas homens assim mesmo e, porque não, falíveis.
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Não me lembro de nenhum ensinamento crístico condenando o uso de contraceptivos (se é que os havia na época dEle) ou a prática das próprias relações sexuais.

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terça-feira, 24 de março de 2009

De perfume e feromônios ...

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Num pequeno grupo, uma senhora afirma, orgulhosa :

"Adoro homens bem perfumados."

Uma síndrome interessante pois é provável que ela se sinta bem mais segura na presença de homens que disfarcem seus feromônios!

Em compensação, já há empresas que vendem "perfumes" que contem feromônios.
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segunda-feira, 23 de março de 2009

A vida é uma doença terminal ...

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Numa das citações do google, o comentarista de um blogueiro assinala :

"então, o homicídio, no fundo, não passa de eutanásia"

Lógica impecável. Só falta dizer que os assassinos, no fundo, são seres caridosos! {risos} A única coisa que os assassinos fazem é antecipar um pouco a morte de suas vítimas. Ou se quiser ser um pouco mais "espiritualista", os assassinos cumprem os desígnios - ou se tornam o veículo para manifestação - do Destino.

Vai ver que é, por causa disto, que os juizes são tão lenientes com os assassinos e os criminosos em geral. Tudo é transitório mesmo. Todos nós vamos mesmo morrer. Que diferença faz um crimizinho a mais?
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P.S. Não é assim que penso. Tem uma cilada grave nesta forma de pensamento que parece tão lógica ....

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Criar aforismos ...

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Gosto de frases. Destas bem montadinhas, que fazem a gente pensar ou que contem algo inusitado, etc ...

Matutando com os meus botões, inventei uma :

"A vida é uma doença mortal"

que logo transformei em

"A vida é uma doença terminal".

Achei super genial minha invenção .... mas aí, resolvi consultar o google e acabei achando centenas de referências com esta pequena frase. Fiquei assim meio decepcionado .... mas enfim não tira meu mérito de ter inventado a frase de forma independente ....

Será que tem coisas que ainda podemos "inventar"?

sexta-feira, 6 de março de 2009

Empinar papagaio

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"Empinar papagaio é um bom brinquedo : obriga o menino a olhar para o céu".

O pensamento é de Gilberto Amado, primo de Jorge Amado. Gostei da iluminação e da candura de sua filosofia.

Mas tomado de curiosidade, consultei a Wikipédia pois não conhecia obras deste autor, e fiquei admirado com o que a Wikipédia cita a respeito dele :

No dia 19 de junho de 1915, no Rio de Janeiro, no final da cerimônia de inauguração da Sociedade Brasileira dos Homens de Letras (criada por Olavo Bilac e sediada no prédio do Jornal do Commercio), os conferencistas Gilberto Amado e o Poeta Aníbal Teófilo (1873-1915), autor do livro Rimas (1911), se desentenderam por causa das críticas jornalísticas de Gilberto a amigos escritores de Aníbal. Gilberto sacou um revólver e matou o poeta no salão nobre do Jornal do Commercio, no Rio. ... Gilberto foi absolvido nos tribunais de justiça, mas jamais o foi pela opinião pública, enquanto durou a memória do acontecido.

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Coisa estranha o ser humano : por um lado pode ter um pensamento tão delicado e humano; e por outro, é capaz de violência animal por causa de uma vaidade ferida!!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O futuro pertence a Deus ...

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Nos últimos anos a Psicologia tem se afastado das teorias behavoristas (que considera o homem como uma máquina que reage a estímulos externos e praticamente nega a consciência) para uma Psicologia Humanista, que reconhece a vida interna do Homem, a Consciência e os valores espirituais, religiosos, etc ... Destes eu li Maslow, Jung e Assagioli.

Aconselho muito "Psicossintese" e "O Ato Volitivo" de Roberto Assagioli.

A Psicologia Humanista não nega a existência do ego, cuja função, contudo, circunscreve à coordenação com o mundo exterior e a manutenção da consciência da identidade individual.

Mas o ego não é o elemento máximo do Ser Humano.

Acima e bem mais profundo, existe algo que Jung chama de Selbst, (Self, em inglês; Si-Mesmo, em português) (*). Esta é uma camada do Ser que administra todas as outras funções psiquico-mentais e da qual não temos praticamente nenhuma consciência.

É a sede onde funcionam nossos Instintos e onde operam os Arquétipos (ambos sendo de uma certa forma, os "padrões" que geram e organizam nosso mundo mental, assim como uma programação de computador) e o Inconsciente Coletivo, que nos liga com o surgimento espiritual e a Criação da Humanidade. É a parte da nossa Mente que é mais próxima de Deus, tanto é que algumas linhas místico-religiosas, chamam isto de Chispa Divina.

É a este nível que funciona a Vontade, que é a função suprema do Universo. Deus é essencialmente Vontade. A Criação é a Manifestação de Sua Vontade.

Deus nos deu a Vontade e neste sentido, somos da mesma essência de Deus. O Auto-Arbítrio é a mais importante qualidade que nos foi legada. Todo vez que manifestamos nossa vontade, e obramos para realizá-la, partilhamos de uma função divina em nós.

O futuro pertence a Deus, àquela parte que Deus plantou em nós à sua Semelhança.
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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Nenhum vento lhe será favorável.

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Se o homem não sabe a que porto se dirige,
nenhum vento lhe será favorável.
(Sêneca).
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Assisti a um programa de televisão. alguns anos atras, e o apresentador perguntava a crianças pequenas "o que gostaria de ser quando crescer?"
Me impressionou um garoto de uns 5-6 anos, que respondeu de sopetão e com grande convicção :
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"Eu vou ser médico"
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Não eu gostaria de ser médico, nem eu quero ser médico, mas ... eu VOU ser médico.
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Muita gente faz uma confusão danada com as funções mentais. Chamam de "inteligência" ao conjunto de funções psíquicas. Existem uma variedade de funções no chamado estado comum de vigília (ou seja estar acordado).
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Uma delas, a mais consciente, é o pensamento ou raciocínio, o que, a rigor, os psicólogos definem estritamente como inteligência
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A segunda delas, num nível de consciêntização menor, é o sentimento, a emocionalidade.
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São funções distintas, não propriamente antagônicas, mas funcionam de forma diferente e são obviamente ligadas. Vocês já viram alguém conseguir pensar direito sob forte emoção?
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O pensamento é lento e o raciocínio transcorre no tempo. As emoções, ao contrário, nos ligam ao mundo exterior de forma quase instantanea e praticamente simultanea as nossas percepções. (Já perceberam porque homens e mulheres são as vezes tão diferentes?)
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Sabemos imediatamente se gostamos ou não de alguma coisa ou pessoa. Em compensação, sempre vamos precisar de algum tempo para saber se alguma coisa faz lógica!!
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Existem funções borderline como a intuição que não chega a ser pensamento e tambem não é um sentimento, mas uma mescla dos dois.
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E existe uma terceira função muito importante, mas que é tão integrada, tão embutida em nossa natureza que mal conseguimos nos destacar dela - e observá-la --- a tal ponto que a grande maioria não consegue se dar conta de sua existência nem reconhecê-la como uma realidade separada.
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Esta função é a Vontade. Não o desejo ou ânsia de ter ou fazer alguma coisa, mas a postura de auto-determinação e de afirmação como Ser.
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Assim como ter um Objetivo de Vida, não destes que a gente escreve após o Natal, mas aquilo que está encravado em nossas entranhas, no mais íntimo de nosso Ser, a nossa Missão neste Terra.
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Aquilo que os psicólogos chamam de Ato Volitivo. Aquilo que aquele menino em toda sua candura manifestou tão claramente quando disse "Eu vou ser médico".
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O que você vai ser dentro de 5 ou 10 anos? E não pense que esta é uma pergunta fácil de responder!
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sábado, 14 de fevereiro de 2009

O Reino de Mammon ...

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Minha maneira de fazer compra é decidir se eu preciso de algo, vou direto na loja ou lojas que tem o artigo, pago e vou embora ... e nem olho dos lados {risos}.

Realmente, não gosto de fazer compras e sobretudo, não tenho a menor apreciação em "fazer as vitrines".

{O dicionário diz vitrinA, que, assim como raquetA, omeletA,
acho umas formas muito malsonantes!}

Sou considerado meio esquisito, por isto. Eu sei que isto me distancia um pouco de alguns amigos. Lamento, de fato, que outros possam me julgar quase como anti-sociável por esta idiossincrasia. Antigamente, me incomodava um pouco. Mas hoje, com mais idade, e talvez um pouco de sabedoria, me orgulho deste traço de diferenciação.

Certamente, não sou oneomano(*). E o que observo hoje em dia, com o consumismo desenfreado e altamente estimulado, é que muitas pessoas já passaram do estágio da oneomania e se encontram no estágio da oneolatria, se posso usar este neologismo de minha autoria.

Uma nova forma de religião, na qual comprar é um ato que causa uma certa êxtase, que merece ser venerado e como todo ato religioso é quase um ato sagrado.

E é por isto que alguns provavelmente se ofendem quando afirmo que não gosto de fazer compras ... o que deve lhes soar quase como uma heresia.

O Reino de Mammon está novamente entre nós. Ou talvez nunca nos tenha abandonado!

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{*} oneomania, segundo o Aurelio, é o desejo mórbido, impulsivo, de fazer compras

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

As Igrejas dos Homens ...

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As igrejas são instituições criadas pelos homens. Os dogmas e cânones eclesiásticos foram criados pelos homens das igrejas.

A maioria das igrejas alega, politicamente, que os seus dogmas são revelações divinas e constuituem a Palavra de Deus. Fazem isto, claramente, para lhes atribuir valor e obter obediência e submissão.

Vou usar um exemplo : os dez mandamentos. (Que na realidade não são dez(*))

Um dos mandamentos diz : "não cobiçarás a mulher do próximo".

Ou seja, a mulher poderia cobiçar o homem da vizinha? Obviamente que não. Os apedrejamentos de mulheres adúlteras provam que não ...

O que esta redação demonstra, contudo, é que quem escreveu estas regras não era um Deus Eterno, Justo e Oniciente ... mas homens de uma certa época, condicionados por uma mentalidade altamente sexista, dentro de uma praxe social onde o papel da mulher era totalmente secundário, a ponto de ser esquecida/excluída dos mandamentos. Que eram destinados aos seres realmente importantes na sociedade (ou sejam os machos da espécie!)

Não nego o valor dos 10 Mandamentos como regulador de convivência social. É um documento muito sábio, mas foi escrito pelos homens.

Muitos outros dogmas eclesiásticos, do cristianismo e de outras religiões, tem seu fundamento não na Palavra Divina, mas em convenientes considerações políticas, quando não economicas.

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(*) vide wikipédia

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Volta à piscina ....

Depois de muito tempo, resolvi voltar a nadar um pouco.

Para melhorar a minha respiração que anda meio fraca, depois da pneumonia. E exercitar minhas juntas que se queixam da gota e da artrose.

A primeira sensação foi de eu estar "à beira de uma voragem, prestes a me engolfar". Ou seja, falando português claro, fiquei de repente com medo de mergulhar ... {risos}

Mas entrei, é claro, e não demorei muito, meu corpo lembrou de tudo que precisava ser feito. Especialmente de relaxar. E senti aquela sensação maravilhosa de se sentir flutuar, a coisa mais próxima de voar, que é dada ao ser humano por seus próprios meios.

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Depois de 3 dias, o fôlego ainda não voltou, continuo um pouco arfante, mas já não estou cansando tanto. E a água já está "lavando" as dores das juntas que tanto me têem deprimido.
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Muito trovão é sinal de pouca chuva ...

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Muito trovão
Lourenço (nome fictício, é claro) é um destes caras super simpáticos, agradabilíssimo, risonho e bem humorado. Sempre tem uma piada pronta, um causo interessante, uns papos leves e distrativos. Invariavelmente cercado de amigos, ou numa mesa de bar, ou numa festa, ou em qualquer lugar que ele se encontre.
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Sinal de pouca chuva
Se atentarmos um pouco abaixo da superfície, nunca tem nada de significativo a acrescentar : para muitos, é maravilhoso ... pois não os obriga a pensar.

Visivelmente tambem, não gosta de ficar sozinho. Para muitos, é que ele gosta e precisa dos outros. ... pode ser tambem que os outros lhes sejam uma platéia necessária e que ele não consiga ficar sozinho, feliz consigo mesmo.
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