terça-feira, 30 de abril de 2013
Mário Quintana
Acabei de reler "Da preguiça como método de trabalho". Coletânea de crônicas.
Mário Quintana é um homem muito inteligente, perspicaz e espirituoso. Dono de um espírito satírico penetrante. O título relembra o título do livro de Domenico de Rasi "O ócio criativo", embora este tenha enfoque socialista que não tem nada a ver com o "Da Preguiça".
Excertos
pg 40 = A preguiça é a mãe do progresso.
pg 45 = Idades só há duas : ou se está vivo ou se está morto.
pg. 46 = Não sei por que sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?
pg. 49 = A morte não melhora ninguém.
pg. 49 = (A) segunda-feira está parecidíssima com Robert Mitchum : está com cara sonolenta e oca.
pg. 81 + O bom das segundas-feiras, do primeiro do cada mês e do Primeiro do Ano, é que nos dão a ilusão de que a vida se renova.
pg. 55 = Diálogo : dois monólogos intercalados
pg. 89 = Os que estão fazendo amor, não estão apenas fazendo amor : estão dando corda ao relógio do mundo.
pg. 95 = A leitura é um remédio para a solidão.
pq. 101 = É uma cidadezinha tão decadente que o cemitério é maior que a cidade.
pg. 108 = O ataque de uma borboleta agrada mais do que todos os beijos de um cavalo.
pg. 114 = A eternidade é um relógio sem ponteiros.
pg. 129 = Linha curva : o caminho mais agradável entre dois pontos. Linha reta : linha sem imaginação. (Oscar Niemeyer = O que me atrai é a curva livre e sensual. ... que encontro na mulher preferida, nas nuvens do céu, nas ondas do mar ...)
pg. 131 = Intruso : o indivíduo que chega exatamente na hora em que não devia.
pg. 140 = O céu é dos sábios; o mundo dos sabidos.
pg. 193 = O pior dos nossos retratos é que vão ficando cada vez mais jovens.
pg. 229 = - Mas afinal, porque nunca pensaste em casamento?
- Prefiro a solidão propriamente dita.
pg. 247 = Se passam rápidos os anos, podem ser longos os dias, as horas, os minutos.
= Como um vinho, a vida não deve ser bebida de um trago; senão a gente logo se embriaga e perde o precioso sabor de cada gole.
pg. 256 = Todo mundo tem marés e vazantes.
pg. 269 = Temos todas as nossas idades ao mesmo tempo. (Lya Luft escreveu algo muito parecido, mas não consigo localizar)
pg. 271 = Há criaturas, com quem não precisamos ter convívio quotidiano, mas que, mesmo à distância, nos faz um grande bem sabermos que estão vivas, respirando conosco, para não nos sentirmos sós, para não desesperarmos deste mundo
quinta-feira, 18 de abril de 2013
PONTE DE OUTONO
De autoria de Takashi Matsuoka.
Escrito em inglês, por um japonês, criado no Havaí.
Livro interessante e um tanto enigmático. Surpreendentemente, o livro até deixa transparecer preconceitos sobre a cultura japonesa que seriam mais típicas de um autor norte-americano.
A história se passa ao longo de 500 anos, com transito de um grande número de personagens - e até de fantasmas, figuras importantes na história - que ficam se esbarrando em diversas épocas. E embora existe uma trama central, ela fica esparramada em vários pedaços e vários tempos, os episódios se intercalando de forma até um tanto desordenada, o que requer uma leitura atenciosa.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Ressentimento ...
Adoro frases bem feitas, especialmente se referem um pensamento de sabedoria
Guardar ressentimento, é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra
Malachy McCourt
Assinar:
Postagens (Atom)
