domingo, 24 de abril de 2011

A paixão italiana pela palavra

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Cartaz em vários cantos de Roma

"La collaborazione é una parola per crescere insieme"

(A colaboração é uma palavra para crescermos juntos)

Bem, insisto : a colaboração não é uma palavra, é uma atitude! Não é a palavra que nos faz crescer, é a atitude!

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O Grande Deserto Líquido

Nesta viagem, a programação incluiu um longo trecho de 5 dias de navegação ao atravessar o Atlântico. Noutras viagens, houve uma escala intermediária que reduziu a extensão desta etapa de navegação.

Mas deu a oportunidade de observar e se dar conta que vivemos no Planeta Água.

Um grande deserto líquido, onde a sede é infinita.

E que não permite ao homem nem descanso nem realização, a menos que construa seus próprios veículos e sustentáculos.

Serpente por peixe

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Outra frase do Gibran Khalil Gibran

"Aquele que lhe dá uma serpente quando você pede um peixe, pode não ter outra coisa a lhe dar"
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terça-feira, 19 de abril de 2011

La Bocca della Veritá

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Em Roma, entrei em um tour de sightseeing.

É uma maneira relativamente economica de circular pela cidade, pode se subir e descer por quantas vezes se quiser por até 48 horas.

A cidade é linda, não resta dúvida e vou falar mais sobre isto.

Mas o nome de uma das ruas pela qual passou me chamou a atenção.

"La Bocca della Veritá"

A boca da verdade. Sic.

Não consegui deixar de considerar que da boca do homem não sai a "verdade". Somente podem sair palavras. Uns símbolos representativos dos seus conceitos sobre o que ele consegue apreender da realidade. Certamente não a verdade.

É certo que nos comunicamos com as palavras, e há quem defenda um valor muito grande para elas. Por exemplo, é atribuído a André Breton a frase : "L´amour est fait de mots" (O amor é feito de palavras), mas estou mais com Sêneca quando ele afirma que as palavras mentem!!!

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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Amor é um vírus?



Lí uma frase de Betty Milan que diz : "O amor não pede licença para entrar. Já chega instalado."

E não é que se parece mesmo com um vírus de computador!? ..

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Excertos da Cor do Invisível...

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Minha homenagem a Mario Quintana
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"Quando abro cada manhã a janela de meu quarto
É como se abrisse o mesmo livro
Numa página nova ..."
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"Como é que tens de súbito esta serenidade
...
Deve ser destas sementes de beleza
de versos que leste e nem te lembras
de telas, de estátuas que viste
de um sorriso esquecido"
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Só vejo de bom, só vejo de puro
este céu que avisto de minha janela
e assim, querida
eu te mando este céu
e aquela nuvenzinha
que está sonhando, agora, em pleno azul
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São os passos que fazem os caminhos
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O que mata um jardim não é mesmo
alguma ausência
nem o abandono ...
O que mata um jardim é esse olhar vazio
de quem passa por ele indiferente"
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Essas coisas que parece
não terem beleza
nenhuma
é simplesmente porque
não houve nunca quem lhes desse ao menos
um segundo
olhar
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... são muito mais belas porque são amadas!
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Paz : os caminhos estão descansando
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Aeromoças ... não!
Devem ser aeroanjos ...
pois não nos atendem em pleno Céu?!
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Quem ama, inventa as coisas a que ama
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o rabo do olho no rabo de saia
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Sou tão antigo e tão novo
como a luz de cada dia
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Decididamente, o meu reino não é deste mundo!
Nem do outro ...
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Não sei dançar
minha maneira de dançar é o poema
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O tempo é uma invenção da morte
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Toda a tristeza dos rios
é não poderem parar
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Há na vida tanta coisa
tanta coisa e um só olhar
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Minha vida é uma colcha de retalhos
todos da mesma cor ...
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Mario Quintana

No meu aniversário, ganhei um presente precioso. Dois livros de Mário Quintana.

Um, "A Cor do Invisível". O outro, "A Preguiça como Método de Trabalho".

Um homem muito inteligente, sagaz e as vezes, bastante mordaz. Que consegue lirismo com sua inteligência, e seu vocabulário de coisas simples, coisa rara!

Vale a pena ler!! Recomendo a todos.

Personalidade estranha, o Mário. Nunca casou, não teve filhos, viveu a maior parte de sua vida em hotéis!! Nninguem lhe refere qualquer paixão amorosa, nem nestes dois livros ele se refere a alguma amada. Ou escreveu um poema de amor. A não ser para sua poesia. Com tudo isto, não tem nenhum traço em seus escritos de tristeza ou decepção!!

Vou transcrever um trecho à atenção da nossa amiga Nice que não escreve há 6 semanas.

"Não importa o enredo das histórias, o que vale é o êxtase de quem escuta" (pg. 75 Preguiça)

Nice, não deixe fenecer o nosso êxtase!!!