quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Os Natais de Antanho


Os Natais de minha infância, no Egito, eram bem diferentes dos que vejo hoje.

Fui criado na religião católica, uma condição de uma minoria, em um pais majoritariamente muçulmano. Havia outros credos cristãos entre os estrangeiros radicados mas por serem também minorias, havia uma intensidade mais acentuada na conservação dos nossos rituais e na preservação de nossa identidade.

Lembro da Missa a que ninguém faltava, das visitas que a gente fazia aos familiares, do presépio e da árvore de cuja montagem as crianças participavam ativamente, ouvindo as estórias sobre o Nascimento do Menino Jesus, a visita dos Reis Magos, a Fuga da Santa Família e todas estas coisas que iluminavam minha imaginação de criança.
E do presente – único - que cada criança ganhava e que por isto era aguardando com uma enorme expectativa e esperança!

Todos estes rituais, o presépio, a missa ... mantinham uma certa aura de sagrado que considero fundamentais.

O consumismo de hoje, o excesso de propaganda banalizou muito do Natal .... que se tornou apenas mais uma oportunidade de nos fazer gastar dinheiro!

Hoje, o Natal perdeu uma enorme parcela de sua "religiosidade" no processo.

Há quem diga que Jesus nasceu 6 anos antes, no final de Setembro, que a Igreja mudou a data, por conveniência política, para combater as festividades do solstício (saturnálias), etc ... Sabemos que certas tradições, como da Árvore, em realidade nada mais são que um prolongamento (ou adoção) de tradições pagãs, como também a figura de Santa Claus ou a troca de presentes.

Mas não foi isto, em particular, que ajudou a perder a sacralização da data .... foi realmente o comércio o maior golpe.

Substituímos a Reinado do Menino Jesus pelo reinado de Maimon, o Deus-Econômico! O Espírito não tem mais lugar neste nosso mundo, onde o único deus é o deus do dinheiro, do lucro e da posse.

Os templos modernos são os shopping centers. E Jesus seria certamente preso se tentasse – como certamente, tentaria - debandar os mercadores dos "t"emplos, não é verdade?

Nossos filhos e nossos netos têm um incalculável quantidade de brinquedos, não sabem nada da data a não ser que é uma ocasião de festas, comilanças e de um monte de presentes. O que ganharam em quantidade e sofisticação, não substitui a magia e o encanto que havia nos Natais de antanho.

Quanto ao significado espiritual do Evento, se já não era muito divulgado na época, certamente desapareceu quase por completo hoje em dia.

4 comentários:

Antônio disse...

Concordo com a quebra do encanto e da comercialização da data. Mas, para as criancinhas até uns 6 ou 7 anos, eu acho, a crença no Papai Noel é de um significado espetacular. E para os pais também, pois seus presentes são dados pelo Papai Noel. Esta é uma ocasião única, embora antes tenham feito cobranças do tipo: seja bonzinho, senão o Papai Noel não
vai te dar presente...

Quanto ao real significado do Natal, qual era mesmo?

marianicebarth disse...

No meu blog explico como é o nosso Natal.
As crianças menores acreditam mais ou menos em Papai Noel, mas minha sogra faz uma cerimônia anual encantadora e única. Adoramos como tudo se passa.

Polemikos disse...

Aí é que está : O Natal comemora o Nascimento de Jesus, o Filho de Deus. Não é a Festa do Papai Noel!

Anônimo disse...

Assino embaixo de tudo que falou, mas conheço ainda, felizmente, crianças que não só se encantam com o Papai Noel, mas sabem também sobre o grande aniversariante!

O significado do Natal, mano Shiost, é o nascimento de Jesus trazendo-nos tudo que há de bom para a nossa felicidade!

Acho que cabe aos adultos que de alguma forma convivem com as crianças e são cristãos, contar a elas o verdadeiro significado do Natal! Deixe isso para a Sra Shiost; ela dará conta direitinho do recado!