quinta-feira, 3 de abril de 2008

Considerações - 5

No estado de vigília, temos uma consciência da existência e da passagem do Tempo.

O Tempo é um grande Mistério. Ninguém, no fundo, sabe o que é. Alguns religiosos dizem que ele, de fato, não existe : é apenas uma sensação nossa! Alguns psicólogos, hoje, acompanham esta tese ou defendem que não é o Tempo que passa, somos nós. Assim, como um trem na paisagem. A paisagem-"tempo" é fixa, quem passa é o trem-"nós".

Mas, admitamos, por um instante, que possamos acreditar em nossas percepções e que o Tempo exista.

Neste estado de coisas, o nosso raciocínio, que definitivamente não é instantâneo, transcorre no tempo. Assim, como algo que é finito, limitado e lento como o nosso raciocínio, pode entender algo que é infinito ou eterno? Levaria uma eternidade (seja lá o que isto for) e nossa inteligência não é eterna. É claro que não estou me referindo a entender os conceitos de infinidade ou eternidade, mas entender a "natureza" de algo que seja infinito ou eterno.

Se Deus existe, se é Infinito e Eterno - como nós, reles e limitadíssimos humanos, podemos nos dar ao luxo de acreditar que podemos entender a Natureza de Deus? (Em um paralelo muito pobre, como poderia uma formiga, por exemplo, entender as preocupações e ambições estéticas do homem?)

Para se aquilatar as limitações da inteligência, porque é disto que estamos falando, não é somente o raciocínio que devemos considerar. O que dizer então da nossa memória? Impressionante em alguns aspectos mas assim mesmo muito pequena, frágil e facilmente perdida! A verdade é que esquecemos muito mais do que lembramos!! Porque vocês acham que inventaram os blocos de anotações, agendas, livros, fotos, vídeos, etc. ...?

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3 comentários:

marianicebarth disse...

Nem sei como comentar isso sem cair no lugar comum. Mas vou cair: Gosto muito do tema. Acho fascinante pensar que o tempo realmente não existe, ou que é relativo e que nós é que passamos. Que aquela estrela que brilha "hoje", já está num passado tão remoto que aquela luz que chega até nós pode até ser de uma estrela já morta há muitos anos-luz. Que nossa inteligência é ao mesmo tempo maravilhosa, um dom que devemos agradecer, mas também é ridiculamente minúscula...

Anônimo disse...

Muito bom este texto que escreveu. Ao dar a aula sobre Deus, Infinito, Eternidade... na Instituição que frequento, utilizei exatamente dessas noções aqui colocadas; da incapacidade dos sentidos humanos compreenderem tais coisas!

Polemikos disse...

Que bom que tenha apreciado! Me dá estímulo de escrever mais ...