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Como assim secreto? Faz sentido um diário que não é tornado público?
Pois é, não é nem bem o fato de ser tornado público ou não. Um diário é sempre secreto. No sentido que o diário é uma espécie de diálogo entre eu e eu-mesmo, que só eu e eu-mesmo podemos entender realmente sobre o que se conversa. Aos outros, parecerá cheio de mistérios, de conflitos e contradições.
Pois somos todos assim, não é? Nem nós mesmos nos entendemos direito, como é que os outros podem querer ou ter a pretensão de nos entender?
E porque teríamos que dar explicações aos outros sobre o que nos acontece, sobre as coisas que fazemos - ou não fazemos, sobre nossas motivações, sobre aquilo que desejamos ou queremos?
Sobre aquilo que amamos ou odiamos, sobre aquilo que nos faz feliz ou nos entristece.
Sobre as nossas fraquezas ou erros : quer os admitamos ou se sequer os reconheçamos. Não teremos todos as nossas falhas e inseguranças? Porque se explicar?
Meu diário é como um retrato apenas. É como eu sou. Aceite-o como você aceita uma pessoa que você ama, sem nada perguntar.
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segunda-feira, 6 de outubro de 2008
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3 comentários:
Que coisa! Nunca escrevi um diário, muito menos um secreto... E você? Neste seu texto entendi que você tem um...
O diálogo "eu e eu-mesmo" existe, acho que para todos, pois não há ninguém que se interesse ou escute melhor nossas alegrias ou angústias do que "eu-mesmo" (é o Mesmeu, o filósofo triste do Shiost).
É unicamente o nosso filósofo secreto pode se aliar à nossa consciência para tentar compreender o que se passa nesse universo íntimo.
E realmente não temos que dar explicações. Diz o sábio que nossos amigos de verdade não precisam delas e nossos desafetos (se os tivermos) não as merecem...
Tambem não tenho ... já tentei mas é difícil manter a disciplina e o interesse pois os eventos do dia-a-dia não parecem, no dia-a-dia, ter relevancia suficiente para justificar o esforço ...
Por outro lado, no fundo, uma auto-biografia não deixa de ser um diário "retroativo"!!!
Tambem não consegui escrever uma autobiografia pois minha memória sobre minha própria vida passada é terrivelmente deficiente, como já escrevi em um blog anterior ...
Acho que todos deveríamos escrever um diário, onde relacionamos alegrias, tristezas, sonhos e desencantos que sómente o nosso coração é capaz de sentir.
Mas se o abrimos aos outros não vejo problema algum em sermos questionados sobre alguns sentimentos que de repente o outro pensou sentir em nós.
Temos tanto medo do julgamento alheio quando deveríamos temer apenas o nosso. Afinal, só nós sabemos MAIS OU MENOS o que há de bem ou mal em nosso Ser.
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