segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O que mata um jardim

O que mata um jardim não é o abandono, o que mata um jardim é esse olhar vazio de quem passa por ele indiferente.

Mario Quintana

10 comentários:

marianicebarth disse...

Mas é impressionante mesmo a indiferença de certas pessoas às coisas bonitas. Parece que acham obrigação da Natureza oferecer as maravilhas que nenhum ser humano consegue criar.

marianicebarth disse...

Mas depois de ler "Há uma grande tristeza...", fico pensando que esse jardim encantado, que tem tantas flores e tantas veredas, tem também um recanto aconchegante, onde há um banco branquinho sob um caramanchão de roseiras perfumadas, ao lado de uma fonte murmurante; esse jardim guarda riquezas e segredos, mistérios e doçuras, luz e sombra na certa medida e talvez tenha sido criado para encantar uma única pessoa.

Polemikos disse...

Você criou aquele quadro lindo, com amor e dedicação, a pessoa passa ... e nem nota! Isto é matar um jardim, não é mesmo?
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Gostei de seu jardim encantado, com um banco branquinho, etc ... Todo mundo deveria ter um.
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Quando você diz que ele
"guarda luz e sombra,
riquezas e segredos,
mistérios e doçuras"
você talvez nem tenha se dado conta da musicalidade de seu espontâneo pequeno poema em prosa.

Lembra Beaudelaire
"Là, tout n´est qu´ordre et beauté
Luxe, calme et volupté"

marianicebarth disse...

Eu penso que todo mundo TEM um cantinho assim para onde pode ir a qualquer momento...

Polemikos disse...

Nice, você é muito mais otimista do que eu!

Um jardim interior, todo mundo até que pode ter um. Deus é equanime. Mas quantos já não mataram seu jardim com a sua indiferença e frieza, com suas ambições consumistas desmedidas e açambarcantes?

marianicebarth disse...

É a pura verdade. É a mesma coisa que deixar morrer nossos próprios sonhos, deixar de ter nosso próprio jardim, nosso próprio cantinho interior, nossa comunhão com o "Eu Sou Deus em Ação". Será que isso é muito pretensioso? Ser Deus em Ação é pelo menos tentar agir o melhor possível para com os outros e si mesmo. Não é fácil, mas é desafiante.
Mas eu havia entendido que "o olhar vazio de quem passa indiferente" era de outra pessoa, alheia ao nosso jardim, ou a algum jardim anônimo.

marianicebarth disse...

Onde escrevi " si mesmo", leia-se "e para consigo mesmo".

Anônimo disse...

Eu também, lendo esta página acreditei que o que matava o nosso jardim era alguém de fora que nem siquer o via, quanto mais lhe prestava atenção.

Agora que entendi sermos nós os "algozes" dele, acredito otimistamente (existe esta palavra ou a criei?) que a qualquer momento podemos reconstruí-lo, bastando apenas o querer.

caos e ordem disse...

Oi, vocês tão embalados nessa jardinagem, eu chego como um intruso desambientado, um sujeito que chega tarde numa festa onde todos já beberam.
Me fez pensar que estimando muito nossas flores, não pode haver indiferença alheia que as mate ou prejudique.
Um abraço especial para o Turini dono da casa, um abraço geral para a galera.

Polemikos disse...

Ah! Mas a indiferença mata, meu caro Zecão.

A indiferença mata o amor e a amizade. A indiferença mata a paixão.

A indiferença dos políticos mata os pobres de fome.

Turini