segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O filósofo ...

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Um menino estava para nascer e os Deuses à volta de sua mãe se lamentando da sorte dela.

- "Ela vai morrer?".
- "Não", responderam. "Seu filho será um filosofo. Vocês imaginaram sua dor e seu amargor na vida, quando ela descobrir?"

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Sempre me fascinou a figura do filósofo.

Solitário e incompreendido, perdido nos meandros de seus pensamentos e alheio à vida comum que o cerca, para não dizer totalmente inadequado para a vida do dia-a-dia.

Sublime por um lado, profundamente inábil de outro : quem lhe deu este direito de ser um parasita social e ainda se achar superior?

Bom, talvez o próprio filósofo não se ache superior mas certamente se comporta como tal. Ele não é entendido nem por seus melhores - e necessariamente poucos - amigos que mal conseguem conversar com ele!

O que um filósofo faz? O que ele produz? Ninguém sabe ao certo. Nem ele provavelmente.

Ele não é um cientista, não tem especialização prática nenhuma. Como ele passa seu tempo especulando, ele não perde seu tempo com a necessidade de provar o que ele diz! Mas o diz e diz o que quer sobre tudo, o que não deve agradar aos homens de ciência e de tecnologia que ralam anos em pesquisa e experiências. Menos ainda aos políticos que só querem servos crédulos e incultos.

Não é tampouco um religioso, alias normalmente os religiosos o odeiam, por ele representar uma independência que os incomoda, discutindo tudo quanto é artigo de fé, não se importando com revelações e fazendo pouco caso dos dogmas e mandos eclesiásticos!

Talvez seja um pouco artista, no sentido que ele vive tentando captar a natureza das coisas, mas diferentemente do artista, ele não produz nenhuma obra concreta de arte, apenas livros de leitura insossa, que são lidos apenas por outros filósofos (que nunca concordam com o seu pensamento) e que os leigos - e os literatos também - certamente nunca se atreveriam a chamar de literatura!

Para que serve um filósofo, então? Qual a sua utilidade, no âmbito socio-econômico de hoje em dia? As ciências empurraram os limites do conhecimento em áreas em que os filósofos, no passado (até justificadamente!) se arvoravam donos da sabedoria. Tal como na psicologia, para dar apenas um exemplo marcante.

Mas o mesmo poderia ser dito da história natural e de outros ramos como a linguistica, a estética, a sociologia, etc ...

Por que então estudar filosofia? Por que se ensina filosofia? Por que ser um filósofo hoje?

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À verdade, um livro de filosofia, mesmo do mais alto gabarito, pouco faz para amenizar minha solidão e minha tristeza, mas um amigo afetuoso, apenas sentado ao meu lado, jogando conversa fora ou até sem dizer nada, pode fazer um mundo de diferença.




4 comentários:

amiga_caçula disse...

OlÁ, CARO TURINI

NÃO VOU FALAR DE FILOSOFIA, POIS A CONHEÇO SUPERFICIALMENTE, APENAS ATRAVÉS DO MEU CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS.

ME ATIVE A SUA FRASE FINAL E NA MINHA SANTA IGNORÂNCIA ARRISCARIA AFIRMAR QUE ISSO OCORRE DEVIDO AO CARÁTER BASTANTE TEÓRICO DA FILOSOFIA, ENQUANTO UM RELACIONAMENTO BASEADO NA FRATERNIDADE E AMOR É ALGO PRÁTICO, CONCRETO, CAPAZ DE PREENCHER AS NOSSAS NECESSIDADES MAIS PROFUNDAS.

NÃO FOI ISSO QUE OS MESTRES, PRINCIPALMENTE JESUS, QUE MUITO AGIU E POUCO FALOU, VEIO NOS DEMONSTRAR AQUI NA TERRA?

E O MARAVILHOSO É QUE ATÉ ATRAVÉS DE UM BLOG COMO ESTE PODEMOS EXERCITAR A ARTE DE "FAZERMOS AMIGOS".

Polemikos disse...

Maria Cecília

Fiz justamente este introito sobre "filosofia" para ressaltar que não se pode ser religioso apenas com a "cabeça"

Tem que se vivenciar a religião, tem que se agir, se envolver, assumir riscos ...

amiga_caçula disse...

Para mim "SER RELIGIOSO", significa a prática daquilo que acreditamos. Damos o nome a isso, de "FÉ ATIVA".

amiga_caçula disse...

Interessante! Agora que entendi o que está por trás do introito!
Olhei mas não enxerguei!