Tenho uma dmiração enorme pelo Charles Aznavour, tem músicas lindas, sabe cantar, mas acima de tudo tem letras humanas, profundas e originais. Os americanos tem músicas lindas tambem mas pecam por umas letras extremamente xaroposas, cheias de lugares comuns tipo "dream come true".
Vejam o exemplo abaixo, a tradução é minha e sempre vai perder um pouco sobre o original em francês mas guardo o sentido da coisa. Um verdadeiro poema.
Quem quer ouvir a música, pode usar
http://youtube.com/watch?v=UzBncolQjP0
Ainda ontem
Eu tinha vinte anos
Eu acalentava o tempo
E brincava com a vida
Como se brinca com o amor
E eu vivia a noite
Sem contar com os meus dias
Que se perdiam no tempo
.
Fiz tantos projetos
Que permaneceram no ar
Criei tantas esperanças
Que desapareceram
Que fiquei perdido
Não sabendo onde ir
Os olhos procurando o céu
Mas o coração abatido por terra
.
Ainda ontem
Tinha vinte anos
Eu esbanjava o tempo
Pensando retardá-lo
E para retê-lo
E mesmo ultrapassá-lo
Eu não fiz senão correr
E apenas perdi meu fôlego
.
Fazendo pouco do passado
Conjugando apenas o futuro
Eu centrava em mim
Todas as conversações
E dava minha opinião
Que considerava infalível
Para criticar o mundo
Com toda desenvoltura
.
Ainda ontem
Eu tinha vinte anos
Mas desperdicei meu tempo
Fazendo mil bobagens
Que não me deixaram, no fundo,
Nada de muito concreto
A não ser rugas na face
E o espectro do tédio
.
Pois meus amores morreram
Antes mesmo de existir
Meus amigos partiram
E não voltarão
Pela minha culpa, criei
O vazio à minha volta
E estraguei minha vida
E meus anos de juventude
.
Do melhor e do pior
Rejeitei o melhor
Paralisei meus sorrisos
E congelei meus prantos
Onde estão agora
Onde estão meus vinte anos?
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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Dançar abraçadinho ...

Ah! Coisa gostosa.
Pode ser até extemporanea ou anacrónica. Mas que era bom, era.
Na realidade, nem importava muito a música, bastava ser suave, nos embalava e a gente se deixava levar, naquele calorzinho vivaz e tranquilo que voluteava conosco, nos fazia esvoaçar em algo que excluia todo o resto, e que era uma promessa ou uma pre-estréia romântica.
Hoje, a dança é algo por demais manifesto, um prazer primário, ululante, de corpos que se esfregam ao invez de se acariciarem.
Pode ser até extemporanea ou anacrónica. Mas que era bom, era.
Na realidade, nem importava muito a música, bastava ser suave, nos embalava e a gente se deixava levar, naquele calorzinho vivaz e tranquilo que voluteava conosco, nos fazia esvoaçar em algo que excluia todo o resto, e que era uma promessa ou uma pre-estréia romântica.
Hoje, a dança é algo por demais manifesto, um prazer primário, ululante, de corpos que se esfregam ao invez de se acariciarem.
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Estar bem informado ...
Tenho um amigo M.C. que tem um enorme e maravilhoso coração. Ele não lê blogs, portanto fico tranquilo porque ele não vai ler o comentário que vou fazer.
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M.C. tem o hábito de ler diariamente dois jornais, o Estado e a Folha. E complementa sua leitura, lendo semanalmente Veja e Época.
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Não faço nada disto e ele observa (amavelmente) que ele me considera um tanto alienado e que ele não entende porque não faço um esforço para me manter bem informado.
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Bom, informações básicas e pragmáticas, eu acabo recebendo na TV e na Internet, (assim tipo : prazo de Imposto de Renda, abdicação do Fidel) embora vou convir que, assim mesmo, não lhes dedico nenhuma atenção mais entusiásitica, dificilmente passando dos títulos e cabeçalhos. Descobri que é o suficiente para sobreviver!
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Tenho esta noção, um tanto polêmica, sobre o que hoje se denomina de "indústria cultural" que inclui livros, jornais, TV, cinema, etc ... O objetivo desta tal indústria é justamente o objetivo de toda atividade econômica organizada : o lucro.
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No caso do jornalismo, especificamente, a estratégia para fazer lucro é fornecer algo que o grande público quer ler (ou ver) para garantir penetração e audiência. E, é claro, fazer isto ao menor custo possível.
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Exemplo : as notícias são em sua grande maioria repassadas das grandes agências de notícias, tipo UPI, AP, etc ... O jornal, raramente, "gera" o seu próprio noticiário com apoio de repórteres ou pesquisadores. Noticiário barato, sem preocupação de fornecer interpretações.
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Artigos de capa são frequentemente assuntos corriqueiros, de fácil absorção, que não acrescentam muita coisa ao cabedal do leitor.
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Ler jornal, para mim, não é uma forma de se manter BEM informado. Apenas uma maneira de se distrair e "matar o tempo".
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Não disse, em nenhum momento, que não é uma atividade agradável! Disse apenas que é uma ilusão achar que o jornal contribua para uma boa informação e certamente, é uma ilusão maior ainda achar que o jornal possa ter alguma missão de instruir.
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