domingo, 15 de agosto de 2010

Os últimos livros

No dia do pais, ganhei dois livros.

Um "Doutor Pasavento", do Enrique Vila-Matas.
Outro "A Revolução dos Anônimos" do Augusto Cury.

Uma certa coincidência involuntária. O primeiro é sobre um escritor que quer "desaparecer" ou seja se tornar anônimo.

Folheei o "Doutor Pasavento" e achei muitíssimo deprimente. Muito bem escrito, mas o autor fica remoendo qual a melhor forma de desaparecer. Sumir para um lugar longíquo, mudar de identidade, mudar de profissão, se passar por louco. Suponho que tenha considerado o suicídio, mas não cheguei a folhear o suficiente para tanto ...

Troquei o livro por "Comer, Rezar, Amar".

Tenho um infeliz histórico com livros de "primeiro lugar". A começar com o "O Código da Vinci" que parece ter sido escrito como um roteiro de filme de aventuras para cinema.

Mas este "Comer, Rezar, Amar" está me encantando. Completei o primeiro terço, sobre a Itália. E só isto me permite recomendá-lo para quem gosta de um livro humano e instigador.

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Estou lendo em paralelo o segundo (do Cury). Tambem muito bem escrito ... mas absolutamente sem emoção. Um monte de idéias, meio esparramadas, no meio de eventos meio incomuns (para não falar meio loucos). Ainda não acabei.

Mas apesar do linguajar meio sofisticado do livro, o autor parece que está querendo vender a idéia que se trata de pensamentos do "povo". Até onde cheguei, definitivamente não são!!

Nada do que é mostrado no livro é cultura popular, parece mais uma litania queixosa dos males sociais, bem ao sabor dos metidos a socialistas.

Do tipo que defendem uma forma extremada de democracia que Osho cognominou apropriadamente de "oclocracia" ou seja domínio da plebe ou da ralé.

Não nego que existam pessoas pensantes, inteligentes e sensíveis no meio do chamado zé povinho. Eu já testemunhei pessoalmente exemplos evidentes de bastante sabedoria. O que não se pode fazer é partir daí e dizer que a cultura popular é senhora absoluta de sabedoria. A cultura popular é repositório de tradições, hábitos e condicionamentos sociais. É algo que contem o elemento "passado" em uma quantidade excessiva.

Não é cultura de ponta, aquela que mostra o Caminho do Progresso para a Raça Humana.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei muito da análise que você fez sobre o livro do Cury. Os outros dois, ainda não os conheço, mas conhecendo bastante seu leitor crítico, buscarei ler a sua indicação: Comer , rezar e amar...

amigacaçula disse...

Que ótimo, Turini
Encontramos no blog um crítico literário e dos bons, segundo a opinião da Nice e do não muito que o conheço.

Polemikos disse...

Anonimo. Acabei de ler o livro.

Uma palavra de cautela. Se vc jamais ler este livro, faça-se um enorme favor de NÃO ler os capítulos 29 a 35, que são a descrição de uma chanchada do pior gosto possível, fazendo ainda o possível para nos convencer que se trata de uma terapia portentosamente sábia.

Mas, surpreendentemente, o livro tem coisas boas, sim. Mas tem que se separar o joio ....