sábado, 14 de fevereiro de 2009

O Reino de Mammon ...

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Minha maneira de fazer compra é decidir se eu preciso de algo, vou direto na loja ou lojas que tem o artigo, pago e vou embora ... e nem olho dos lados {risos}.

Realmente, não gosto de fazer compras e sobretudo, não tenho a menor apreciação em "fazer as vitrines".

{O dicionário diz vitrinA, que, assim como raquetA, omeletA,
acho umas formas muito malsonantes!}

Sou considerado meio esquisito, por isto. Eu sei que isto me distancia um pouco de alguns amigos. Lamento, de fato, que outros possam me julgar quase como anti-sociável por esta idiossincrasia. Antigamente, me incomodava um pouco. Mas hoje, com mais idade, e talvez um pouco de sabedoria, me orgulho deste traço de diferenciação.

Certamente, não sou oneomano(*). E o que observo hoje em dia, com o consumismo desenfreado e altamente estimulado, é que muitas pessoas já passaram do estágio da oneomania e se encontram no estágio da oneolatria, se posso usar este neologismo de minha autoria.

Uma nova forma de religião, na qual comprar é um ato que causa uma certa êxtase, que merece ser venerado e como todo ato religioso é quase um ato sagrado.

E é por isto que alguns provavelmente se ofendem quando afirmo que não gosto de fazer compras ... o que deve lhes soar quase como uma heresia.

O Reino de Mammon está novamente entre nós. Ou talvez nunca nos tenha abandonado!

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{*} oneomania, segundo o Aurelio, é o desejo mórbido, impulsivo, de fazer compras

10 comentários:

marianicebarth disse...

Pensei que todos os homens fossem antioneomanos. Se você é considerado esquisito por causa disso, só o poderia ser por mulheres, que adoram fazer compras. Mas saiba que o Nelson também é exatamente como você: objetivo. Só entra numa loja para comprar o que precisa e sabe exatamente o que é.
Já comigo... sou bastante oneomana... Adoro fazer compras, liberta alguma espécie de serotonina ou seja lá que NINA for. Não preciso nem comprar, basta VER! Gosto! Gosto de ver vitrines, (tenho uma antiga e inexplicável atração por ferramentas, caixinhas de pregos de todos os tamanhos, alicates, torqueses, bate-pregos, ganchinhos e ganchões, martelinhos e martelões, serrotes etc. - devo ter sido marceneiro em outra vida...), ver jóias, sem nunca ter comprado nenhuma, sapatos, etc. etc. etc..
E não me envergonho disso, porque penso que quase todas as mulheres são assim.

Anônimo disse...

NUNCA O REINO DE MAMON NOS ABANDONOU; APENAS HOJE ESTÁ MAIS EXACERBADO!
RESPEITO PROFUNDAMENTE A SUA OPÇÃO.
Sabe o que quer dizer alteridade? É algo que está em falta!

Anônimo disse...

Também gosto de "bater perna" e olhar "AS COISAS", sem se tornar uma obsessão, é claro.

Polemikos disse...

Nice,

Você ficaria surpresa de saber que existem muitos homens oneomanos?. Seus objetos de desejo são outros.

Um exemplo tirado da vida real.

Todo ano, invariavelmente, Angelo (nome fícticio) fuça tudo quanto é publicação e loja, à procura do carro do ano que ele vai comprar. Pois ele compra um carro novo todo ano, chova ou faça sol, quer o carro com o qual ele está é bom ou ruim.

Não que seja uma decisão financeira muito inteligente, nem que ele tenha dinheiro a rodo.

Certamente, não é uma decisão racional, ele apenas não consegue imaginar não comprar aquele carro novo todo ano!!!
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Uma forma de oneomania.

Polemikos disse...

Nice : nunca ninguém te deu uma caixa de ferramentas de presente de aniversário? {risos}

Polemikos disse...

Amiga_caçula. Vi esta palavra com duas conotações :

uma como sendo compaixão, o contrário de egoismo.

outra como sendo empatia, a capacidade de aceitar e entender como o outro se sente, pensa, etc ...

Por que você não escreve a respeito? Eu transcrevo e coloco no meu blog {já que sei que você não abrir um blog?

marianicebarth disse...

Não, Turini, nunca ninguém me deu caixa de ferramentas, mas se eu tivesse recebido alguma, nem iria olhar para ela, acho, pois gosto de ver essas ferramentas expostas nas lojas (Peg & Faça, por exemplo).
Acho divertido, mas as ferramentas, de certa forma, me colocam no mundo real, coisa que para mim é um tanto difícil.

marianicebarth disse...

Priminha, Alteridade, segundo andei lendo, é o conceito mais simples e perfeito que já foi inventado.
Escreva a respeito com suas palavras, como sugeriu o Turini, por favor! E ele publicará no Confidências. Faça esse favor a todos nós!

Anônimo disse...

Aprendi na verdade essa palavra: ALTERIDADE (confesso a minha ignorância anterior), numa palestra, quando o conferencista perguntou seu significado, contando em seguida um fato que ocorrera com ele.

Indo dar uma palestra numa Casa Religiosa foi entrevistado pela presidente da mesma, que desejava saber dele seu grau de instrução, explicando-lhe que como lá os frequentadores possuiam um grau intelectual bastante elevado, essa pergunta era necessária.

O palestrante, apesar de ter já vários livros publicados, na verdade não cursou nenhuma faculdade e contou a verdade à mulher bastante decepcionada!

Chegando à frente daquele público tão "SELETO" foi logo dizendo:
- "Nossa palestra hoje serà sobre um tema bastante importante denominado "ALTERIDADE", que com certeza absoluta todos sabem o que é.
As pessoas envergonhadas, olhando umas às outras nem imaginavam o que vinha ser aquela palavra que ele então explicou:" ALTERIDADE É A CAPACIDADE DE ENTENDER O OUTRO EM RELAÇÃO A PENSAMENTOS, SENTIMENTOS, MODOS DE SER, ENFIM!"
Em nossas palavras, Alteridade é aceitar as diferenças existentes entre as pessoas, algo que está em falta em todos os lugares, inclusive dentro de uma Casa Religiosa".

Polemikos disse...

Nice : pois se eu fosse você, compraria um pequeno estojo de ferramentas, com uma pequena variedade de pregos, etc ... e colocaria exposto em um lugar onde você podia vê-lo com alguma frequencia.

Assim, lhe lembrando que o mundo real existe. E É LINDO! como suas pinturas muito bem atestam.
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E quem sabe, da próxima vez que quebrar alguma coisa (simples) em casa, você não se arroja a consertá-la!!! Ao inves de chamar - e ficar esperando dias - para que o encanador venha fazê-lo

Turini