terça-feira, 10 de julho de 2007

Compaixão



Fazer a caridade porque é o certo ou porque afirmam que isto dá uma satisfação pessoal muito grande .... está errado! Não é caridade, é técnica do "american way of life" .... engana o ego e a persona .... mas é só! Uma grande hipocrisia. Que não somente não rende nada para o Ser, mas provavelmente o avilta.

A caridade, a compaixão só pode ser espontanea. Tem que vir direto do coração. Não sei se espontaneidade pode ser ensinada ou aprendida. Com sofrimento, talvez? Mas não creio que a auto-flagelação ajude em grande coisa : não é este tipo de sofrimento.

Então, como gerar esta compaixão? de forma legítima, digo! Ler não adianta muito, já li demais e sei que, para mim, não é isto que resolve. Ao contrário, fica-se cada vez mais cabeça!!! Não creio que palestras, seminários ou semana nas montanhas tampouco resolvem o caso. Pode ser uma deficiencia estrutural de base! E então, talvez só nos reste rezar para obter a Graça, se a gente lembrar como é rezar. Se não nesta existência, pelo menos nas próximas.


"Quero resolver todas as minhas pendências e quando retornar, que seja para um planeta sem tanta expiação.... ". Parece Jean Yves Leloup quando diz : " o caminho da transformação .... não somente para si mesmo, mas para o bem estar de todos ... e (o boddhisattva) não está despertado enquanto todos os seres não o estiverem... ele renuncia a entrar na plenitude deste despertar, enquanto um só ser estiver sofrendo".


É muito grande para a maioria das pessoas. Que têm dificuldades até com as pessoas que lhes estão mais próximas. Que dirá de um pastor nos Himalaias, um índio no Amazonas ou um índigena da Australia? Que dirá de um morador de rua ou um fugitivo das secas. Ou da criança sem rosto que sobrevive na favela na frente da qual a gente passa todo dia.

Quem somos nós, quem sou eu, para o ideal do Leloup?
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2 comentários:

irmãcaçula disse...

Penso que exatamente por não sermos esses seres que desejaríamos ser, é que teremos de muitas e muitas vezes voltarmos aqui para desenvolvermos não só a compaixão, mas todas as virtudes ensinadas pelos grandes Mestres, que nos capacitarão habitar um planeta sem expiação, um Mundo mais feliz.

marianicebarth disse...

Acho que o título já responde tudo: a compaixão, segundo Dalai Lama, é a maior das virtudes, pois dela nasce o Amor. E o cuidar. Quando você cuida de alguém ou de alguma coisa, como uma planta, ou animal, você ama. O Amor com A maiúsculo é querer o bem e a felicidade do ser amado. Tudo para o outro. E quando você encontra alguém que também sinta isso por você ( se der química... risos...) é a verdadeira união, o paraíso... Mas, brincadeiras à parte, estou com a compaixão e não abro.