sexta-feira, 20 de julho de 2007

"Eu? medo?

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Tenho duas notícias uma má e uma boa.

A má notícia ... a maioria das pessoas que tem um mínimo de sensibilidade, que pensa, que tem emoções e ambições, necessariamente de alguma forma, sentirá alguma forma de medo ou medos.

A boa notícia é que, se você sentir medo, isto significa que v. é um ser humano.!! Normal, por sinal.

Os que dizem que não tem medo, estão ou mentindo ou se enganando ou escondendo seus medos de forma tão dramática que nada de bom pode resultar. Olha a sua volta e procure pessoas que se agitam, estão sempre superocupadas, fazendo um milhão de coisas e se engajando obsessivamente em atividades alienantes como jogar, beber, dançar a noite inteira, ouvir música ensurdecedora, tentar ganhar o máximo de dinheiro possível, etc {cada um inventa sua própria psicose, neste negócio!} ... Estão tentando ocultar seus medos e conflitos internos, fazem de tudo para que não aflorem à sua consciência.

Resultado : estresse, neurose, perda do sentido humano, perda do elo espiritual (ou consciência religiosa ou cósmica ou como se possa preferir chamar esta sindrome : muda o nome, não muda a coisa).

Fomos estruturados com uma série de dispositivos para conservar a vida. O instinto de comer, por exemplo, a nível individual. O instinto de reprodução a nível coletivo. Por sinal, reparemos que satisfazer estes instintos de preservação vêm sempre acompanhandos de prazer. Que talvez nos foi dado como estímulo para nos mantermos vivos!

Por outro lado, tudo que ameaça a nossa sobrevida, vai causar medo. É normal sentir medo da morte. Sentir-se envelhecer é reconhecer que nos aproximamos da morte. É normal sentir medo do envelhecimento. Saber-se doente é reconhecer que podemos reduzir nosso tempo de vida útil. É normal ter medo da doença. Somos seres gregários, inclusive para nossa propria sobrevida e segurança. Não conseguiríamos sobreviver sem pertencer à sociedade. É normal ter medo da solidão.

Então, o que fazer? É simples ... mas não necessariamente fácil.

Primeiro, é aceitar o medo, reconhecê-lo, analisá-lo, conversar com ele. Tento me explicar : o medo é a nível psicológico o equivalente da dor, ao nível físico. A dor é fundamental para a sobrevivência humana. A dor é um sistema de alarme, mostrando que existe um perigo para a segurança e sobrevivência pessoal. Uma febre, uma dor de estomago ou de cabeça, uma cólica, a sensação de queimado na pele ou de um dedo levando uma prensada, tudo isto existe para nos dizer que existe um perigo, que temos que fazer algo a respeito, nos evadir da condição ou procurar um remédio ou eliminar a causa. V. imagina o que aconteceria se você simplesmente não sentisse dor : se v. não tivesse alguem superprotegendo você, v. já estaria morto a esta altura. A dor é nosso anjo da guarda, 24hs por dia. Muito eficiente. Aparentemente incomodo, mas muito eficiente, sim.

Idem, idem com o medo.

O que fazer?

É pegar cada um dos nossos medos, e tentar saber realmente o que o causa. Avaliar o verdadeiro perigo. E tentar solucionar o problema {e estou me repetindo aqui}, nos evadir se for o caso, procurar um remédio ou eliminar a causa. Sob qualquer hipótese, é uma enorme oportunidade para progredirmos enquanto indivíduos.

Não é só trabalho cabeça, não!

Como dizem os napolitanos, estamos vivos quando conservamos os nossos três Cs. Cervello (cérebro), cuore (coração) e {perdão pela expressão chula} coglione (colhão). Esta última função é fundamental, ela representa mais do que apenas nossas urgências sexuais, ela as engloba mas na realidade, é muito mais, é a expressão da nossa necessidade de agir, de viver de fato e de se afirmar no mundo externo/físico, ela é expressão do que queremos para nossa vida, com o mais profundo de nossas entranhas.

Quando o zé povinho diz que fulano tem colhão, isto não quer dizer que fulano é um galinha que corre atras de tudo quanto é saia, mas sim que fulano tem coragem de enfrentar as coisas com determinação, com fé naquilo que acredita e que busca. E esta característica não é exclusiva dos homens, mas de todos os seres humanos, homens ou mulheres de forma igual.

Assim, não basta pegar nossos medos apenas com cérebro. É preciso sentir nosso medo com o coração. Tentar se identificar com ele e decifrá-lo. E tambem obviamente, é fundamental enfrentar o nosso medo com co...ragem! {quase peguei vocês, rs!}

Lógico, se os medos são muitos ou se permitimos que tenham ficado muito grandes ou muito tolos, então não é vergonha nenhuma buscar ajuda e procurar psicoterapia. Mas o que um psicoterauta vai fazer (as mulheres são melhores psicoterapeutas do que os homens), é apenas ajudar o paciente a enfrentar seus problemas e seus medos com os três Cs.
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